Uma auxiliar de limpeza da rede Makro, afirma ter sido obrigada pela sua supervisora a utilizar o banheiro masculino durante cinco meses. O motivo para a ordem seria o fato dela ter uma aparência que lembre de um homem, mesmo se definindo como mulher.
Thays Cyriaco, de 30 anos, disse que foi obrigada a utilizar o sanitário que não condizia com a sua identidade de gênero. “Eu sou mulher, mas uma promotora do supermercado me viu no banheiro feminino e reclamou com a gerente de Recursos Humanos. No dia seguinte, minha supervisora me procurou e disse: ‘Já que você parece homem, vai ter que usar o banheiro masculino’. Eu retruquei. Disse que era mulher e que não queria, mas ela foi irredutível”, contou em entrevista ao UOL.
A funcionária disse que só conseguiu reverter a situação após entrar com um processo, na semana passada, contra a rede de supermercados. A medida causou constrangimento entre ela e os colegas, que passou a evitar o uso do banheiro por causa disso.
“Eu me sentia péssima. Evitava ao máximo. Passava o dia com vontade de fazer xixi, mas tentava aguentar até em casa. Quando ficava impossível, corria para o banheiro adaptado e rezava para que estivesse vazio. Foram cinco meses de sofrimento”, desabafou.
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Cyriaco disse que após passar por tudo não recebeu um pedido de desculpas, nem explicações do estabelecimento. “Todo mundo me olha torto. A situação só piora”, lamentou.
A resposta do Makro
Em nota, a rede de supermercados Makro informou que foi dado início a uma apuração para esclarecer os fatos. “O Makro não admite qualquer tipo de discriminação ou preconceito e reitera que acatou de imediato a decisão da liminar. Como parte dos seus valores e de sua política, a rede reforçará seu posicionamento junto aos funcionários e quadro de fornecedores, enquanto avança nas investigações mediante os novos fatos apresentados.”