Sucesso internacional com a história da rivalidade entre Carminha e Nina, o autor de Avenida Brasil, João Emanuel Carneiro, não ficou muito satisfeito com os rumos que a novela teve enquanto estava no ar.
Exibida em 2012, em uma época onde os temas que envolviam a comunidade LGBTQ+ ainda não eram tão recorrentes em folhetins, o autor revelou em entrevista ao jornal O Globo, que se arrepende de não ter desenvolvido seu único personagem gay da trama.
“Tem o personagem do gay que eu queria ter desenvolvido mais, do Roni (vivido por Daniel Rocha). Não deu tempo nem teve espaço para ele, mas eu queria ter dado mais espaço”, disse ele.
Ainda durante a entrevista, JEC disse que não sabe se a novela hoje em dia iria fazer tanto sucesso, já que Avenida Brasil retratava um país que passava por uma boa fase econômica e politicamente otimista.
“Brasil estava num outro momento histórico, político, econômico. Bem mais ufanista, vamos dizer assim. Avenida Brasil refletiu as aspirações todas dessa classe C que veio à tona naqueles anos todos, com o boom econômico”, relatou.
“Uma coisa de que eu me lembro é que na época diziam que não tinha rico de novela. O rico era o jogador de futebol que morava no subúrbio. É uma novela muito antenada com aquele momento específico. Não sei nem se hoje, se fosse exibida no horário nobre, faria tanto sucesso. É uma pergunta que eu me faço“, acrescentou o autor.