Adolescentes estão cada vez mais tendo acessos às informações através de seus celulares e, assim que entram na puberdade, procuram qualquer tipo de informação sem a devida checagem de um especialista sobre o assunto.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2015, a última realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 37,5% dos adolescentes entre 13 e 17 anos já tiveram relação sexual pelo menos uma vez na vida. Entre os meninos, a incidência é maior: 43,9% já se relacionaram sexualmente, enquanto o percentual das meninas é mais baixo, 31,1%.
Vale ressaltar, que cada organismo tem a sua maneira de reagir ao desenvolvimento da puberdade e, em alguns casos, algumas etapas acabam sendo puladas, onde jovens acabam tendo suas primeiras relações sexuais sem conhecerem o próprio corpo ou o devido conhecimento quanto a prevenção de algumas situações.
Visita ao médico
De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), somente 1% dos meninos entre 12 e 18 anos costuma frequentar o médico especialista, o Urologista. Entre as meninas, uma parcela muito mais significativa: 34% das adolescentes, vão ao ginecologista com frequência.
O maior problema, é que com a falta de orientações dos pais, ou de algum profissional da saúde, os jovens acabam ficando vulneráveis a situações perigosas como Doenças Sexualmente Transmissíveis e a gravidez indesejada.
O especialista, Dr. Willy Baccaglini, médico Urologista, explica que a educação sexual do jovem, deve ser compartilhada entre pais, escola e o médico. “Educação em saúde é algo que deve ter oportunidade em qualquer momento, não apenas no ambiente do consultório médico ou mesmo da área da saúde”, explica Dr. Baccaglini.
Questionamentos
Para Dr. Willy, o jovem precisa sentir confiança em quem questionar, sobre a mudança de seu corpo durante a puberdade, já que meninos passam pelo surgimento de pelos, aumento do pênis e testículos nesta fase. “Educação sexual no ambiente da escola deve ser abordada com o diálogo aberto entre os adolescentes e os educadores, sem certo ou errado. Deve-se permitir discutir sobre os aspectos psicológicos da sexualidade e desmistificar tabus que muitas vezes são combustíveis para disfunções sexuais futuras”, esclarece.
Sobre o tabu de uma conversa de educação sexual, o médico ainda recomenda que a decisão da frequência da consulta com um especialista precisa partir do indivíduo. “Não acredito que exista uma frequência ideal, mas vejo benefício em todo adolescente que inicia sua vida sexual a passar com o urologista. A frequência será ditada entre adolescente, pais e urologista de acordo com as necessidades do adolescente”.
Por fim, Dr. Willy esclarece que é fundamental o jovem se consultar com um especialista sobre esta fase, para que possa se sentir seguro tendo autoconhecimento para enfrentar a vida adulta numa relação sexual saudável. “O esclarecimento a respeito de dúvidas que possam parecer “bobas” em um primeiro momento pode ser a oportunidade para o autoconhecimento precoce deste adolescente para que quando atinja sua vida adulta tenha uma vida sexual saudável, segura e que o satisfaça”, afirma o especialista.