Academia no RJ atrai público LGBT para defesa pessoal

Aulas de defesa pessoal voltadas para o público LGBT
Integrantes do Grupo Piranhas Team que praticam as aulas de Krav Maga (Divulgação)

A academia AV Tori, localizado na Lapa, espalha cartazes nas ruas centrais do Rio de Janeiro chamando a atenção do público LGBT para aprendizado de defesa pessoal através da técnica adotada pelo Exército de Israel, chamado de Krav Maga. Em um dos cartazes, criado pelo grupo de defesa LGBT Piranhas Team, diz-se: “Ei, ‘viado’, p-rra, trava! Defenda-se!”.

Chamado carinhosamente de Krav ‘MaGay’, a ideia foi proposta pelo ativista transexual Thiago Baffi, de 33 anos, e sua amiga, Lara Lincoln Milanez, 31 anos, mulher trans, e foi aceita pelo dono da Academia de Artes Marciais AC Tori, Leandro Davi. “Em menos de seis meses estamos formando a terceira turma (cada uma com 12 alunos), graças à surpreendente procura por vagas”, diz Halisson Paes, de 23 anos, um dos divulgadores responsáveis da iniciativa. Ele diz que a presença do grupo LGBT na academia está “rompendo as barreiras” de ocupação de um espaço que antes era tradicionalmente frequentado por heteros e cisgêneros.

“O respeito tem sido mútuo. Notamos que o ar ficou bem mais leve e alegre na academia (que já tinha foco também no Jiu-Jitsu para mulheres), com a convivência e integração com homossexuais”, atesta Leandro.

Os instrutores das aulas são os mesmos quer ensinam as mulheres da academia a cuidarem da integridade física em situações de perigo, e a prática tem dado resultados. Em um dos depoimentos, Lara, conta que se livrou de quatro assaltantes no Campo de Santana, centro do Rio, com golpes que aprendeu durante as aulas. Apesar da polícia não recomendar que vítimas de assalto nunca reajam, Lara diz que “Os bandidos iam roubar o celular de uma menina. Avaliei a situação, percebi que os ladrões não estavam armados e parti ‘para dentro deles’”.

As aulas de autodefesa incluem técnicas de imobilização contra armas de fogo ou branca e as mensalidades são em torno de R$80.

Lara Lincoln, uma das integrantes trans do grupo Piranha Team dando entrevista para a TV francesa (Divulgação).

Fonte: O dia

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