O cantor e compositor Agnaldo Timóteo morreu no sábado (3), aos 84 anos, vítima da Covid-19. Ele estava internado desde o dia 17 de março no Hospital Casa São Bernardo, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. O artista, que era mineiro de Caratinga, sempre teve o nome em polêmicas sobre homessexualidade. Para ele, sexualidade era um tabu.
Segundo o boletim informado pela assessoria de Agnaldo Timóteo, o artista estava internado na UTI em estado grave. “É com imenso pesar que comunicamos o falecimento do nosso querido e amado Agnaldo Timóteo. Agnaldo Timóteo não resistiu as complicações decorrentes do COVID-19 e faleceu hoje às 10:45 horas. Temos a convicção que Timóteo deu o seu Melhor para vencer essa batalha e a venceu! Agnaldo Timóteo viverá eternamente em nossos corações! A família agradece todo o apoio e profissionalismo da Rede Hospital Casa São Bernardo nessa batalha. A Família informa que a Corrente de Fé, com pensamentos positivos e orações, permanecerá, em prol de um mundo melhor! #LuzTimóteo!“, diz a nota enviada à imprensa anunciando sobre o falecimento.
O cantor iniciou a carreira musical aos 61 anos e se tornou uma das vozes mais potentes e aclamadas da música brasileira. Mas, quando o assunto era sexualidade, Timóteo viu como um tabu. Sempre discreto, o cantor nunca assumiu romances em público. Durante uma participação no programa Superpop, na Rede TV, em 2011, o colunista Felipeh Campos disse, que assim como ele, o cantor seria homossexual assumido. Mas, o músico rebateu, negando. “Não, não. Não sou não. Nem assumido, nem desassumido. Apenas Agnaldo Timóteo“, disse na ocasião.
Mais tarde, em um depoimento para o documentário sobre a sua vida, intitulado Eu Pecador, do diretor Nelson Hoineff, o cantor finalmente admitiu que havia tido “romances com homens”. No entanto, ele jamais se definiu como homessexual. O filme será exibido na Mostra de Cinema de São Paulo nos dias 27, 28 e 29 de outubro e 1º de novembro.
Em entrevista ao R7, o diretor contou como conseguiu convencer o compositor a revelar sobre seus amores homoafetivos no filme. “Inicialmente, ele não queria falar sobre. Mas o convenci. Agnaldo é mais do que isso. Expliquei que falar sobre o assunto jamais seria algo prejudicial. E ele se abriu, contando até para qual pessoa determinadas músicas foram feitas“, afirmou.