A última audiência pública sobre a atuação de psicólogos quanto à orientação sexual dos pacientes causou polêmica na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
Um projeto de lei do deputado federal pernambucano Pastor Eurico (PHS) busca sustar a resolução 01/99 do Conselho Federal de Psicologia (CFP) que proíbe a atuação dos psicólogos nesse tema, uma vez que se entende que a homossexualidade não é uma doença. A proposta em questão ficou conhecida como “cura gay”.
O tema uniu o líder do governo, Isaltino Nascimento (PSB), e o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Edilson Silva (PSOL); mas desagradou parlamentares da bancada evangélica. Isaltino propôs, inclusive, um voto de protesto contra o texto.
“Todos os profissionais regulamentados têm direitos e obrigações. O fundo dessa questão é a religião, e não a busca do convívio harmônico entre os cidadãos. Só que fomos eleitos para representar o povo brasileiro, e não uma fé”, afirmou o socialista.
Um representante do Conselho Regional de Psicologia chamou atenção para a laicidade do Estado, ressaltando que no plenário da Alepe há apenas um crucifixo, afixado acima da Mesa Diretora.
“INTOLERÂNCIA RELIGIOSA”
Líder da bancada evangélica, o deputado Cleiton Collins (PP) disse que foi alvo de intolerância religiosa. E cobrou que uma nova audiência pública escute o Pastor Eurico. Também disse que dar liberdade a atuação dos psicólogos é importante porque “pessoas precisam de ajuda” e, ao afirmar que a orientação dos profissionais seria para casos isolados, ele disse que os psicólogos ajudariam “sujeitos com mente perturbadas”.
O pronunciamento foi apoiado por outros deputados evangélicos. Ossésio Silva (PRB) cobrou que todos sejam respeitados. “O povo pernambucano que elegeu os evangélicos nos colocou como voz nesta Casa, e a gente não vai se calar”, disse Adalto Santos (PSB).
Agora, só aqui entre nós, é muito fácil atacar a comunidade LGBT com essas propostas de Cura Gay, porque sim, é um ataque. Sobre tudo quando usam expressões como “sujeitos com mente perturbadas” ou “pessoas precisam de ajuda” e depois reclamar de intolerância religiosa por parte dos gays que simplesmente estão se defendendo de pessoas que as fazem sentir anormais e que comumente protagonizam discursos de ódio ao diferente.
Fonte: JC online