Brendo Firmino da Silva, autor do livro A Vida Secreta dos Padres Gays, expôs o sentimento de negligência pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) após o arquivamento parcial do inquérito que investigava ameaças de morte, tortura e sequestro sofridas por ele em razão do lançamento da obra.

Segundo o autor, as ameaças foram enviadas durante vários dias pelo mesmo perfil e por várias redes sociais, em tom violento e homofóbico, o motivando a registrar boletim de ocorrência. De acordo com informações da revista Veja, o responsável pelas ameaças foi identificado: Sérgio Lamego Nepomuceno.

Apesar da confissão do agressor, o promotor Danilo Keiti Goto, do Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância (GECRADI), não reconheceu o crime de intolerância e limitou o caso ao Código Penal (ameaça), alegando que “não houve prejuízo à vítima”. Em seu despacho, o promotor ainda registrou que o acusado “rezou pela vítima”.

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"É um absurdo que o Ministério Público registre oficialmente que o agressor ‘rezou por mim’, como se isso apagasse as ameaças de tortura e de morte que sofri. Isso não é arrependimento, é cinismo", lamentou Brendo Frimino, que afirmou a expectativa em recorrer na decisão, em busca de levar o caso a instâncias superiores e organismos de direitos humanos, nacionais e internacionais.