Bispos austríacos dizem que ‘amor pelo mesmo sexo vem de Deus’

Ewald Volgger
P. Ewald Volgger é membro da Ordem Teutônica (OT) e é membro do conselho do Instituto de Ciência Litúrgica e Teologia dos Sacramentos da Universidade Privada Católica de Linz desde 2003.

Cientistas litúrgicos de Linz, na Áustria, Ewald Volgger e Florian Wegscheider, publicaram um livro sobre a bênção de parcerias entre pessoas do mesmo sexo, ou seja, casamento homoafetivo, com as reflexões sobre uma “bênção oficial”, abrindo novos caminhos em nome da igreja.

Segundo entrevista dada ao site KirchenZeitung, Ewald Volgger diz que a comissão litúrgica austríaca, presidida pelo arcebispo Lackner, de Salzburgo, pediu para lidar com esta questão. O Catecismo Católico afirma que atos homossexuais não são de forma alguma aprovados e pessoas homossexuais são chamadas à castidade, portanto, do ponto de vista da ciência litúrgica, não há razão para pensar em bênçãos.

Mas houve um movimento no assunto, visto que o ensino da Igreja está recebendo cada vez menos ressonância na sociedade e dentro da Igreja, e a teologia moral em particular é a favor de novas abordagens para avaliar o mesmo sexo. Portanto, é compreensível pensar em uma bênção do ponto de vista litúrgico.

Os bispos da Arquidiocese Católica de Salzburgo, na Áustria, publicarão um livro para ensinar que o amor gay vem de Deus e revela a “bondade e humanidade de Deus”. O livro, que leva o título ‘A Bênção das Parcerias do Mesmo Sexo’, pede à Igreja Católica no mundo todo que mude seus ensinamentos sobre homossexualidade.

O livro também fala sobre a situação legal das parcerias entre pessoas do mesmo sexo na Áustria e discute a tradição bíblica, a teologia ética e moral e a ciência litúrgica. O casamento homoafetivo foi legalizado na Áustria ano passado, e os bispos católicos estão pedindo “bênçãos oficiais” dos casais do mesmo sexo dentro da igreja.

Em entrevista ao o jornal diocesano ‘Kirchen Zeitung Diozese Linz’, o Padre disse que dar bênçãos oficiais a casais do mesmo sexo “naturalmente” exigiria uma mudança no catecismo.

“Assim como o casamento entre um homem e uma mulher é uma imagem do amor criativo de Deus, o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo é uma imagem da atenção de Deus aos seres humanos.”

“Se os parceiros vivem o dom do amor mútuo em fidelidade um ao outro e vivem suas vidas com os dons espirituais de Deus, como bondade, tolerância, paciência, reconciliação, o relacionamento deles também é uma imagem da bondade e da humanidade de Deus.”

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