Durante as comemorações no Dia do Orgulho LGBT, em 28 de junho, em Cabo Verde, a comunidade local reclamou o direito ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Como resposta, o secretário-geral do partido atualmente no poder, o MpD (Movimento para a Democracia), Miguel Monteiro, disse ser “200% contra” a proposta.
Isso fez com que o debate se acendesse nos meios políticos e na imprensa. Cabo Verde é um país com Estado laico, mas possui uma população majoritariamente católica, o que torna a discussão polêmica. Diversos políticos tanto do MpD quanto de partidos opositores demonstraram suas posições, tanto a favor quanto contra o casamento homossexual.
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A Rede Laço Branco, por exemplo, que defende a igualdade de gênero, afirma que a Constituição Federal do país não proíba o ato, mas apenas alguns itens do Código Civil anteriores á independência. O presidente e o primeiro-ministro, respectivamente Jorge Carlos Fonseca e Ulisses Correia e Silva, defendem que a discussão seja feita abertamente.
“Se é um assunto que interessa às pessoas ou segmentos da população e as pessoas entendem que é um assunto relevante, em democracia debate-se abertamente sem nenhum tipo de fantasmas ou receios”, declarou o presidente.
Já Ulisses foi delicado. “Em relação a esta matéria tenho o máximo de tolerância, não tenho estigmas nem preconceitos, agora não pode haver intolerância a quem se posicione contra”.
Apesar do debate estar acalorado, há ainda quem ache que essa não é uma questão prioritária e que deve ser deixada para outro momento; mas se ela for levada ao Parlamento, é provável que exista uma grande divergência de votos.