Entre as mais de três milhões de pessoas que passaram pela 23ª Parada LGBT de São Paulo no último domingo (23), estavam Rodrigo Soares e Tatiane Pedroso, acompanhados de seus três filhos. O casal é profissional da área de TI e procura com diálogo e educação combater não só o machismo, como também a perseguição que membros da comunidade LGBTQ+ sofrem diariamente.
Em entrevista ao Observatório G, a família, que se considera feminista, falou sobre a parada e a forma como lidam com atitudes machistas no ambiente de trabalho e também no convívio familiar e social. Rodrigo revelou que passou a ser um termômetro dentro do escritório. Se uma piada é machista, os amigos logo esperam algum comentário dele. Já Tatiane precisou lutar pelo seu espaço dentro da sua família e também no mundo corporativo por ter três filhos e seguir com a sua carreira.
Diversidade
“Mostrar para as crianças que essas pessoas são normais e fazem parte do nosso convívio social. Não preciso ter que dizer pra elas que relações homoafetivas ou com outras pessoas são normais. Eles precisam ver e enxergar que faz parte do dia a dia deles. É importante essa convivência”, disse Tatiana, que é completada pelo esposo: “A diversidade faz parte da nossa sociedade e eles precisam ver isso na prática”, afirmou Rodrigo.
Machismo
“Acho que todo dia nós brigamos um pouco por isso, eu como homem criado dentro do cenário machista que a gente tem de sociedade, acho que inclusive é me policiando e tentando mostrar para as pessoas que trabalham comigo, alguns pontos que podem estar errado, seja numa brincadeira, no dia a dia ou numa piadinha… No escritório eu tenho um amigo que fala que existe o Rodrigometro, é o termômetro das piadas, se pode fazer ou não. Porque às vezes eu falo que está errado…”, conta Rodrigo.
Empoderamento
“Eu tento ser um espelho pra outras mulheres, principalmente as que estão na área de tecnologia também. E, agora, sendo mãe de três filhos, é mais difícil ainda, eu tento ser um espelho pra outras pessoas. E pra eles também. Pra que eles cresçam com menos preconceito e com menos dificuldade de se expressar no mercado de trabalho e conviver com outras pessoas”, relatou Tatiana.