Elis Rosa se tornou a primeira travesti a ingressar na pós-graduação da Unicamp por meio da política de cotas para pessoas trans. Ela, que se descobriu trans aos 21 anos, já fez história na instituição.

Em entrevista ao portal g1, a estudante doutoranda em Antropologia Social, do curso de Direito, detalhou como foi o processo de transição, marcado, claro, por descobertas. "Comecei a colocar um brinco, uma saia, uma blusa mais diferente, me maquiar", contou.

Elis Rosa conta que chegou a ter medo de sair na rua quando começou a usar roupas diferentes das que estava acostumada. "Eu colocava uma saia e uma camiseta mais 'masculina'. E, aí, tentava sair na rua, mas não conseguia. Ficava com medo, assim, um pouco aflita. Daí, eu voltava para a minha casa, deitava na cama e me escondia. A transição foi um processo muito intenso. Às vezes é muito transformador e libertador, mas também dá medo, angústia, aflições, sabe?", relembrou.

Ela, por sua vez, explicou o sentido do seu nome: Elis surgiu "flutuando" espontaneamente em suas centenas de anotações durante a faculdade, e o Rosa é uma homenagem à bisavó, à orientadora da graduação e também à natureza.