Um homem trans conseguiu, através da justiça do Pará, uma liminar em caráter de urgência, para fazer a cirurgia de mastectomia (retirada do seio) por meio de um plano de saúde privado.
Segundo Rafael Carmo, que tem 26 anos, o procedimento só foi possível logo após ele recorrer à Defensoria Pública do Pará. Ao questionar o motivo da não liberação, o plano alegava que o processo era “meramente estético” e que, por isso, não estaria incluso no pacote contratado.
“Mesmo com todas as documentações, prontuários médicos de um processo de dois anos sendo acompanhado por uma equipe médica multidisciplinar, inclusive dentro e fora do plano, não tive abertura, então busquei a Defensoria em busca dos meus direitos”, disse Rafael ao site G1.
Rafael ainda conta que o procedimento da mastectomia não é só estético, mas “faz parte de uma questão de saúde integral da população trans, pois compreende o cuidado físico, a saúde mental, a autoestima e até a segurança”.
Conforme a Defensoria, os documentos apresentados por Rafael preenchem os requisitos do Sistema Único de Saúde (SUS), que exige aos transexuais brasileiros passem por um atamento multidisciplinar, entre outros procedimentos pré e pós-operatórios, de modo a estar apto para o procedimento.
“Espero que, cada vez mais, passem a olhar de outra forma para a saúde da população trans e que tenhamos nossos direitos mais assegurados”, afirmou Rafael à publicação.