Elke Maravilha foi uma modelo, atriz e apresentadora dos anos de 1970 no Brasil. Com sua postura excêntrica, Elke homenageava drag queens com suas roupas, maquiagem e jeito de falar nos programas de televisão.
Agora, após quase quatro anos da morte, Chico Felitte, jornalista, lança biografia da artista em audiobook: “Acho que ela teve um impacto imagético muito difícil de medir. Muita gente se diz brutalmente influenciada pela imagem dela, de estilistas a diretores de cinema passando por escritoras. Tem também muitas mulheres LGBTQs”, avalia o jornalista.
Em entrevista ao Correio Brasiliense, Felitti fala da concepção do livro, da escolha do nome e de como descobriu que Elke nunca nasceu em Leningrado, hoje São Petersburgo, na Rússia, mas em uma cidade no sul da Alemanha. A história é contada em 11 episódios
Você acha que ela teve uma influência na cultura LGBT?
Com certeza, ela foi uma grande criadora de entradas e portas para a comunidade LGBT, que ela sempre advogou a favor. E essa foi uma das grandes tristezas dela no fim da vida, porque uma parte da militância a abandonou, começou a achar o discurso dela ofensivo e machista. Ela teve um período de grande tristeza, em que se sentiu desprivilegiada.
Temos outra figura hoje como Elke Maravilha?
Várias. Walcyr Carrasco me disse que Dudu Bertholini (estilista) é uma Elke Maravilha, por ser uma figura exuberante, que passa alegria e é completamente anárquica. No mundo da televisão, você vê a referência muito direta da Elke desde a Xuxa. Foi a Elke que inventou a bota na coxa. Ela começou a criar isso na década de 1970.