Muitos dos casos de LGBTfobia acontece dentro de instituições de ensino e no próprio ambiente de trabalho. Para tentar mudar e incluir pessoas da comunidade LGBT, muitas empresas vem criando políticas específicas para receber as pessoas nesses locais.
Foi assim no caso do engenheiro Marcos Sato, de 28 anos. Aos 21 anos, ele se descobriu gay e precisou passar alguns anos ‘dentro do armário’ por receio de pessoas ao redor de seu convívio no ambiente de trabalho. “Você tem muito medo de ser julgado, quando não se assume. De não conseguir boas colocações no seu lugar de trabalho”. O jovem também conta se excluía de reuniões fora do ambiente de trabalho com os colegas de profissão com medo do julgamento alheio.
Renato Lantin também retrata uma situação similar. Atualmente no cargo de supply chain na BASF, ele diz que sofria medo de futuras consequências por ser quem era. “Não falava da minha vida pessoal. Comentava de forma muito superficial. É muito complicado não poder ser você mesmo”.
Porém, o atual emprego de ambos os personagens se comprometeu em adotar uma política de abordagem ao público LGBT. Elas fazem parte do Fórum de Empresas e Direitos LGBT’s, juntamente com mais 57 outras empresas como IBM, Google, Carrefour, entre outros.
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O secretário executivo do Fórum, Reinaldo Bulgarelli, reconhece que ainda há muito o que fazer por esse público. “A preocupação de adesão de inclusão nas grandes empresas ainda é bastante baixa. Podemos suor que as empresas ainda estão distraídas quanto ao tema e não percebem que é um assunto bem emergente e de importância internacional”.
Trazendo os fatos à números, uma pesquisa realizada pelo Center for Talent Innovation, revelou 61% dos funcionários LGBT’s ainda se sentem desconfortáveis para se assumir em ambientes de trabalho. Outros 49% dizem não se esconder, mas não entrar em detalhes.
A luta e promoção por igualdade continua a mesma, com a diferença de que este e muitos outros temas sobre esse assunto são discutidos de forma mais aberta. “Acredito que a grande diferença dos dias de hoje é que as empresas estão muito mais envolvidas com a causa. Isso faz toda a diferença”, disse Bulgarelli.
Renato Landin relata uma experiência muito legal e inusitada. Ele conta ter sido “tirado do armário”, exatamente pelo seu superior, que perguntei sobre o seu marido de forma super natural. “Me assumir no trabalho foi um grande divisor de águas”.
Fórum de Direitos e Empresas LGBT:
O fórum nasceu em 2013, depois de um insight da decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de obrigar os cartórios de todo o País a validar a união estável homoafetiva em casamentos.
As empresas ao se tornarem signatárias, se comprometeram com a promoção de igualdades e oportunidades à todo o público LGBT, tentando dessa forma criar um ambiente mais harmonioso e respeitoso para todos.