Hidratação e alimentação podem melhorar a qualidade e a quantidade do esperma.
O médico urologista Marcelo Magalhães explicou como a alimentação, o estado de saúde e alguns fatores fisiológicos podem influenciar diretamente na quantidade, na qualidade e até no sabor do sêmen. Ele também esclareceu dúvidas comuns sobre mitos, suplementação, ejaculação sem esperma e a diferença entre orgasmo e ejaculação.
Segundo o especialista, a quantidade considerada normal de esperma varia entre 1,5 ml e 6 ml, de acordo com critérios das sociedades urológicas. Volumes muito acima desse intervalo, como 10 ml, são raros, mas podem ocorrer. Essa variação depende do estado de hidratação, do tempo sem ejacular e do tamanho das vesículas seminais, que podem ser naturalmente maiores em alguns homens. O urologista destacou que maior volume não significa, necessariamente, mais saúde ou mais prazer.
A fertilidade, de acordo com Magalhães, não se mede apenas pela quantidade de líquido ejaculado. Ela depende de fatores como número, qualidade, vitalidade e mobilidade dos espermatozoides. Há homens que produzem grande volume, mas com baixa concentração de espermatozoides, enquanto outros ejaculam pouco líquido, mas apresentam milhões de gametas saudáveis.
O médico ressaltou que ejaculação e orgasmo são fenômenos diferentes. A ejaculação corresponde à saída do esperma, enquanto o orgasmo é a sensação de prazer. Geralmente, ambos acontecem juntos, mas nem sempre. Alguns homens podem ter orgasmo sem liberar sêmen, condição chamada “gozo seco”, que pode ocorrer após cirurgias de próstata ou com o uso de determinados medicamentos. Já a redução do volume ejaculado pode estar relacionada à idade, à frequência de relações sexuais, à desidratação ou ao aumento da próstata.
Sobre a consistência, o sêmen pode se apresentar inicialmente mais espesso e depois se tornar líquido. Essa característica varia tanto entre pessoas diferentes quanto na mesma pessoa em dias distintos. O especialista alertou que alterações como presença de sangue, coloração amarelada ou acastanhada, além de odor muito forte, podem indicar problemas de saúde ou infecções, exigindo avaliação médica.
O urologista Dr. Marcelo Magalhães também falou sobre a relação entre alimentação, suplementação e a produção de esperma. Questionado se existem nutrientes ou vitaminas que podem contribuir nesse processo, ele explicou:
“Sim, existem alguns, como zinco, selênio, vitamina C, vitamina E, coenzima Q10, elas podem ter um efeito positivo na produção e na qualidade do esperma. Mas não é exatamente algo que a gente prescreve, a não ser que a pessoa esteja tentando ter filho e não esteja conseguindo. Não é que exista realmente um motivo médico para isso. Para esses fins mais recreacionais, a gente só recomenda estar bem hidratado, recomenda alimentos como frutas cítricas, que eu falei, frutas vermelhas, castanhas, que já contêm essas substâncias de forma natural”, explicou o especialista
Quanto ao sabor, Magalhães confirmou que a alimentação exerce influência. O esperma tem um gosto característico, levemente adocicado e alcalino, que pode variar. Frutas como abacaxi e cítricas tendem a deixá-lo mais adocicado, enquanto álcool, cigarro e café podem conferir sabor amargo e desagradável.