No ano 2015, Fábio Alves era apresentado na mídia como muso de escola de samba e logo chamava atenção por conta do bumbum. Nove anos depois, ele mudou de escola de samba, mas uma coisa continua igual: a quantidade de ataques homofóbicos nas redes sociais de veículos que publicam as matérias. O enfermeiro e sambista conta como lida com a discriminação.
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“Já me incomodou quando comecei, pois eu era muito atacado por internautas nas matérias. Mas comecei a perceber que era pois o Brasil é uma país muito machista e homofóbico. O sistema patriarcal não aceita que um homem gay seja visto com olhar de desejo por muitos. Ainda mais quando essa pessoa não tem sua vida sexualmente bem resolvida, porque quem é bem resolvido com sua sexualidade não fica incomodado com a sexualidade de outras pessoas. Se estão se casando, beijando, namorando as pessoas do mesmo sexo ou simplesmente achar um cara bonito em uma foto. Tem que mostrar todo seu preconceito e homofobia em suas mensagens querendo inferiorizar uma outra como acontece nos comentários das minhas matérias”, conta.
Ele diz que os ataques, muitas vezes, vêm disfarçados, já que homofobia passou a ser considerada crime. “Às vezes mensagens veladas falando de outra coisa como o samba, corpo, beleza, mas sempre inferiorizando. As pessoas acham que na internet podem fazer tudo, inclusive atos criminosos”, comenta.
O muso da Novo Império, no Espirito Santo, e São Clemente, no Rio, conta como é sua preparação para brilhar nas duas escolas de samba.
“Estou me preparando com o personal Rodrigo Miguell, pois estou com tendinite nos dois joelhos. Por isso tenho tido bastante atenção fazendo os movimentos pra não me contundir. Além disso faço aeróbico, yoga e meditação pra aguentar a correria da semana (estudo e trabalho) e dos ensaios”, comenta ele, que tem quer 1,70m de altura, pesa 78kg e quer fazer ajustes no shape: “Estou no mês que pretendo secar e ganhar massa magra para estar com o corpo mais definido”.
Fábio também revela como faz para conciliar os plantões como enfermeiro, a vida de estudante de Psicologia e o carnaval. “É tudo muito corrido, mas eu me programo e coloco em prática. Vejo as datas e vou colocando tudo em ordem pra nada ficar faltando. Tenho 03 trabalhos como enfermeiro, um quadro como psicanalista às segundas na Rádio Tropical fm, faço faculdade de Psicologia e pós graduação em TCC. Além de sair no carnaval de muso na São Clemente, Rei de bateria no Bloco Bafo da Onça e em Espírito Santo na escola Novo Império”, finaliza.
