O fisioterapeuta Roberto Santos entrou com um processo por danos morais contra o bloco carnavalesco de Salvador EVA, após sofrer agressões homofóbicas por seguranças, após beijar outro rapaz durante o desfile deste ano no circuito Barra/Ondina.
De acordo com o site Bahia Notícias, o folião foi atacado com agressões verbais, teve o seu abadá rasgado e um dedo quebrado, antes de ser expulso da corda. A vítima entrou com uma ação judicial contra a Estrada Velha Produções LTDA e pede R$ 20 mil de indenização, além da restituição das despesas com todo o tratamento médico por causa do ocorrido e a compra de um novo celular, pois o antigo foi quebrado pelos acusados.
O homem explicou à reportagem que a confusão começou após um dos seguranças do bloco disse ter “nojo” de vê-lo beijando outra pessoa do mesmo sexo. “Eu prontamente olhei para o lado e perguntei ao segurança se era comigo. ‘Porque o nojo’?”, contou. “Tenho nojo de vocês gays”, respondeu o funcionário. O folião devolveu dizendo que a declaração poderia ser considerada criminosa e ouviu: “Crime é ser criado um homem e uma mulher e vocês ficarem nessa viadagem.”
Ao ameaçar chamar o responsável, após os insultos foi imediatamente agredido pelo segurança recebendo socos, pontapés, empurrões e tapas no rosto desferidos pelo agressor e outros nove que se aproximaram da situação. Os amigos de Roberto, que filmavam o ocorrido, tiveram seus aparelhos celulares tomados à força, assim como ele.
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“Eu estava curtindo o meu bloco. Expliquei o motivo que me fez gravar a situação e ele torceu o meu polegar para pegar o celular que estava na minha mão. Ela se abriu automaticamente”, contou Roberto que teve o celular quebrado após o segurança não conseguir desbloquear o aparelho.
O profissional da saúde ainda disse que teve o abadá rasgado. Toda a sequência foi registrada por uma mulher que estava em um camarote, que enviou as imagens para vítima após ser retirada do bloco. O vídeo será utilizado como prova durante o processo.
Santos entrou com uma ação contra a empresa por não conseguir identificar os agressores. O caso, entretanto, não foi a julgamento. Uma audiência conciliatória está marcada para setembro. Procurada pela publicação, o grupo EVA afirmou desconhecer qualquer informação sobre o processo e diz que não teve tempo hábil de consultar o setor jurídico da empresa até a publicação da reportagem.