A senadora Marta Suplicy, que recentemente anunciou a sua aposentadoria da carreira política, decidiu não se candidatar a vice-presidência na chapa do seu partido MDB, revelou em entrevista ao UOL, que foi uma das pessoas que ajudou o ex-presidente Lula, a deixar de ter preconceito com os gays.
“Ele era muito machista na época do sindicalismo. Pra ele, homossexual era doença. E nisso, quem o influenciou a mudar, fui eu”, lembrou ela que teve contato com o petista ainda na época do sindicalismo pela amizade dele e do seu marido Eduardo Suplicy.
Marta contou que usou argumentos que convenceram o então metalúrgico que as pessoas LGBTs não escolhiam ser assim. “Lula é uma esponja. Ele absorve, aprende algo facilmente e logo já está dando aula. Eu me aproximei muito dele, também na época em que percebi que a reeleição de Dilma seria um desastre e dizia que ele tinha que ser o candidato. Na hora H ele se acovardou e não a peitou”, disparou.
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Vale lembrar que Marta Suplicy é das maiores aliadas da história da causa LGBT na política, desde a época que pouco se falava no assunto entrou na política em 1994, pelo PT, onde apresentou o primeiro projeto de lei brasileiro de união civil entre homossexuais (o PL 1151, de 1995), retirado de pauta em 2001.
Ela também apresentou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 139/1995, para proibir a discriminação motivada pela orientação sexual. Arquivada após aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Em seu último cargo, a senadora apresentou o PL 612/2011 que trata do casamento homoafetivo, pronto para ser deliberado em plenário desde fevereiro do ano passado.