Gay perde parte da orelha em agressão incentivada pelo próprio pai

Após a agressão, Jonathan e Wesley procuraram uma chance de recomeçar numa cidade do interior de São Paulo (Foto: Reprodução / TV TEM )
Após a agressão, Jonathan e Wesley procuraram uma chance de recomeçar numa cidade do interior de São Paulo (Foto: Reprodução / TV TEM )

Em uma cidade gaúcha, um casal gay foi vítima de homofobia com um desfecho de mutilação: o vendedor Jonathan Chaves teve parte da orelha decepada durante a agressão sofrida.

Na cidade de Santana de Livramento, no Rio Grande do Sul, Jonathan e seu namorado, Wesley Rais, foram agredidos enquanto trabalhavam.

“Nós tínhamos uma banca que vendíamos pão caseiro, essas coisas, e chegaram três rapazes e começaram a agredir a gente do nada. Ele (Wesley) acabou perdendo um dente e eu perdi um pedaço da minha orelha. Morderam a minha orelha por não nos aceitarem como somos”, conta Jonathan.

Jonathan teve parte da orelha arrancada durante a agressão (Foto: Reprodução / TV TEM )
Jonathan teve a orelha mutilada durante a agressão (Foto: Reprodução / TV TEM)

O mais difícil para o casal foi após uma investigação, descobrir que os três agressores fizeram isto a mando do pai de Jonathan.

Por envolver familiares, o casal optou por não levar o caso à polícia e preferiu ir embora da cidade procurando ajuda na cidade de Bauru, interior do estado de São Paulo. A escolha não foi aleatória: há dez anos a cidade paulistana conta com uma ONG que é referência no apoio e luta dos direitos dos homossexuais (a ABD: Associação Bauru pela Diversidade).

“Todos os casos atendidos de homofobia e de violência nesse sentido, a ABD passa para a comissão de Atenção à Diversidade sexual da OAB e, com esse corpo jurídico, a gente consegue dar andamento com boletins de ocorrências e assistir essas vítimas ”, explica Rick Ferreira, presidente da ONG.

O problema é que homofobia não é considerada um crime no código penal. O fato complica com que estatísticas de casos de violência sejam criadas e até dificulta que ocorrências sejam registradas pela falta de amparo na lei.

“É um passo de formiguinha não é do dia pra noite que tudo vai mudar, mas esses pouquinhos é que vão fazer a diferença. A gente só quer isso. Um casal homoafetivo só deseja isso ter a sua vida e ser feliz é o básico – a felicidade – é só isso que a gente quer”, explica Jonathan.

 

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