Jordhan Lessa é o primeiro homens trans publicamente reconhecido no Brasil, e durante um bate-papo ao jornal Extra, o profissional público que atua no Rio de Janeiro, abriu o jogo sobre o preconceito que enfrenta e a masculinidade tóxica de diversos preconceituosos.
“Sofro e sofrerei sempre, sou uma pessoa trans e serei sempre. Quando sofro não é só por mim, mas também pelos homens trans, as travestis e mulheres trans que diariamente são assassinados, espancados, expulsos de casa, que não têm emprego, moradia ou condições mínimas de uma vida digna”, iniciou ele, que se prolongou.
“Não me escondo para que um dia os relatos das violências que suportamos sejam coisas do passado que as novas gerações acharão tão absurdas como todos os outros absurdos que já cometemos e ainda corrigimos”, revelou Jordhan.
Aos 55 anos, ele participará da sétima edição de Todos os Gêneros: Mostra de Arte e Diversidade, evento online, patrocinado pelo Itáu, que promete falar sobre masculinidade tóxica.
“A masculinidade tóxica é estimulada para servir ao estado, mas isso não é de agora, sempre aconteceu. Como explicar os treinamentos que sempre foram dados com foco na estimulação da agressividade? Homens simples são treinados para se sentirem fortes e poderosos, alguns saem para as ruas como se tivessem peito de aço, quando o que deveria acontecer seriam ações de inteligência com estratégias, e não esse estímulo que coloca em risco o equilíbrio mental dos profissionais”, concluiu ele.