Walteir Silva Lima, de 34 anos, passou por uma "sessão de exorcismo", na tentativa de expulsar o "demônio" da homossexualidade, uma espécie de 'cura gay', aos 17.

Em entrevista ao portal UOL, o rapaz, que é aposentado por invalidez após ser diagnosticado com Síndrome de Gillain-Barré, foi exposto perante a congregação em uma igreja, e disse ter sido hostilizado por ser homossexual.

"Sempre fui uma criança muito tímida. Talvez isso tenha a ver com o fato de eu ser gago. Minha mãe me levou para fazer tratamento ainda bem pequeno, e graças a isso quase não se percebe — a não ser quando fico muito nervoso", iniciou ele, que mesmo sendo uma pessoa religiosa e que costumava frequentar a igreja, ainda assim, foi vítima de homofobia dentro do ambiente.

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"Começaram uma espécie de sessão de "libertação", orando alto e impondo as mãos sobre mim, dizendo que estavam expulsando demônios do meu corpo. Era um exorcismo. A pastora gritava ordens para que as entidades saíssem de mim. Eu estava com medo e completamente assustado", relembrou Walteir. Ele ainda contou que, por 'dicas' recebidas de líderes da igreja, chegou a ficar em jejum que perduraram por quase um mês.

"Por mais de 20 anos, fiz campanhas de oração e jejum. Campanhas longas, de 30 dias seguidos de oração na madrugada, e 21 dias de jejum — um por semana, então, dava 21 semanas. Foi muito difícil. Demorou quase 34 anos. Eu me aceitei, mas, em minha cabeça, ainda penso que vou para o inferno. Então é controverso", lamentou ele.