Marcelo, que é um homem trans, contou ao site Dibradoras sobre como era viver em um corpo diferente do que se identificava. “Fui entender o que acontecia comigo em 2015, quando comecei a ler sobre transexualidade”, relatou ele.
“Até pra gente que passa por isso, tudo é um aprendizado. Não é de uma hora para a outra que tudo muda. É gradativamente que vai te incomodando. Até chegar uma hora que tudo incomoda, e aí não dá mais pra aguentar[…]As coisas foram acontecendo aos poucos. Até eu começar a entender que eu era um homem trans. Começou a me incomodar eu ser visto como jogadora de futebol. Eu queria ser visto como menino, não como menina. A cada temporada, aquilo ia me incomodando mais”.
O jogador contou também que sua família deu apoio à sua transição apesar de não chamarem pelo nome certo.
“Eu sou de boa quanto a isso (nome) porque eu tive meu tempo pra entender, então não quero que seja nada forçado. Você fica 31 anos usando pronome feminino aí você vai mudar do dia para a noite? Até mesmo pra mim às vezes sai”.
Marcelo ainda contou sobre suas crises de depressão e como foram o estopim para começar a se cuidar e pensar em seu bem estar.
“Por um momento, eu quis esperar o momento de parar de jogar para fazer a transição e o tratamento hormonal. Era complicado abdicar de uma carreira quando eu estava no auge. Mas aí, nessa recaída, eu entendi que não dava para ter as duas coisas ou eu seria realizado pessoalmente ou seria realizado profissionalmente. As duas coisas já não encaixavam mais”.