Em 4 de abril, uma transexual de 41 anos foi queimada viva na Indonésia por seis homens, depois de ser acusada de roubar um telefone e uma carteira de um motorista no norte de Jacarta.
Os seis assassinos bateram em Mira e exigiram que ela confessasse, antes de cobri-la com gasolina e incendiá-la. Embora Mira tenha escapado e chegado a um hospital, ela não resistiu.
Na semana passada, autoridades identificaram seis suspeitos, mas apenas três foram presos. De acordo com um representante da Anistia Internacional, nenhum dos suspeitos será processado por não ter “a intenção” de queimar a vítima.
Em vez disso, os suspeitos podem ser acusados de violência física, que acarreta uma sentença máxima de 12 anos.
“A polícia precisa tomar ações investigativas que sejam imparciais. Eles não podem parecer os advogados dos agressores”, disse Usman Hamid, representante indonésio da Anistia Internacional, à Reuters.
Andreas Harsono, pesquisador da Human Rights Watch, disse que a morte horrível de Mira “deve ser um lembrete para muitos indonésios de que mulheres transgêneros merecem justiça e igualdade de direitos.
Os membros da comunidade LGBTQ ainda enfrentam hostilidade e intolerância na Indonésia por causa das normas religiosas e leis anti-LGBTQ, como o Projeto de Lei da Resiliência da Família, proposto no início deste ano.
O projeto proibiria a barriga de aluguel e enviaria todas as pessoas LGBTQ aos centros de reabilitação administrados pelo estado para ‘tratamento’.
Em 2019, a Indonésia quase proibiu a homossexualidade, pois planejava criminalizar o sexo fora do casamento, e casamento entre pessoas do mesmo sexo é ilegal. No entanto, a votação foi adiada após pressão de grupos de direitos humanos.