“Indianara”, destaque em Cannes, estreia online no Brasil

Indianara
Indianara - documentário LGBT - foto divulgação

No próximo dia 25 de junho, no Mês do Orgulho LGBT, será lançado no Brasil o documentário “Indianara”, após estrear no Festival de Cannes 2019. Com lançamento no exterior programado para 5 de julho, o filme é um retrato da revolucionária Indianara Siqueira, matriarca e fundadora da Casa Nem, abrigo no centro histórico do Rio de Janeiro voltado para pessoas LGBTIs em situação de vulnerabilidade.

O filme é dirigido pela francesa Aude Chevalier-Beaumel e pelo brasileiro Marcelo Barbosa. Acompanhando os novos tempos de pandemia, o documentário produzido pela Santaluz e com distribuição digital da O2 Play estreia diretamente nas plataformas digitais.

Assista trailer

A primeira exibição no Brasil será pelo iTunes, Google Play, NOW, Looke, Vivo Play e Amazon já a partir do dia 25 deste mês. A estreia internacional em 195 países acontece no dia 05 de julho pelo MUBI.

Vegana, anticapitalista e puta, como se define, Indianara milita não só pela sobrevivência das pessoas LGBTI, mas também pelos oprimidos da sociedade em geral. Prestes a completar 50 anos, e às vésperas de se casar, ela vislumbra abandonar a luta política das ruas. Mas, diante da perda da companheira de luta, Marielle Franco e do avanço do totalitarismo no Brasil, ela busca forças para embrenhar-se em um último ato de resistência.

Cicatrizes históricas

O filme é uma parceria entre a diretora Aude Chevalier-Beaumel, (radicada há muitos anos no Brasil) e o brasileiro Marcelo Barbosa, diretor de trabalhos experimentais. Aude produz seu quarto filme enquanto Marcelo é estreante na direção de longa-metragens.

Ao mergulhar em sua intimidade e nos embates cotidianos com o marido “macho alfa”, o documentário entrelaça a busca incansável de Indianara por novas formas de relacionamento e de se fazer política com a própria história do País. Momentos cruciais do nosso tempo foram capturados: o “Fora Temer”, a prisão de Lula e a eleição de Jair Bolsonaro são alguns dos palcos de luta de Indianara. 

O documentário é também o primeiro filme a registrar a personagem Marielle Franco, companheira de batalhas de Indianara que foi assassinada sob circunstâncias misteriosas em 2018 e que tem presença importante na trama. O assassinato reabriu cicatrizes seculares do País em Indianara. Refletindo a tragédia pelo olhar dela e de seu grupo, o filme é um instantâneo do Brasil recente.

“Indianara” ganhou projeção internacional no Festival de Cannes em 2019, onde estreou como o primeiro filme brasileiro selecionado para a mostra da Association du Cinema Independant pour sa Diffusion (ACID). Teve na ocasião, recepção de público emocionante em todas as sessões. Ainda em Cannes, “Indianara” concorreu à Palma Queer, premiação LGBT paralela do festival, ao lado dos filmes de Pedro Almodóvar, Céline Sciamma, Xavier Dolan e do longa-metragem “Bacurau”.

No Brasil, “Indianara” participou na 43ª Mostra de São Paulo, na categoria “Perspectiva Internacional”, esteve no Janela de Recife, foi vencedor no Festival Mix Brasil, ganhou menção especial no Festival de Curitiba, prêmio da crítica no Fest Aruanda e de melhor filme do Festival Arch Cine, de filmes sobre cidades.

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