Surto de Hepatite A em São Paulo amplia campanha de vacinação
São Paulo enfrenta um novo surto de hepatite A, e a resposta das autoridades de saúde está concentrada em um grupo específico: homens que fazem sexo com homens (HSH). A decisão tem base epidemiológica e segue o princípio da equidade do SUS, que prioriza o cuidado com quem mais precisa.
O médico infectologista Vinicius Borges, conhecido por sua atuação em saúde LGBTQIA+, alerta: “Negar o perfil do surto é negligenciar vidas. Precisamos ser objetivos e práticos para proteger quem está em maior risco.”
A prefeitura de São Paulo já liberou a vacina contra a hepatite A para todos os homens que fazem sexo com homens, independentemente do uso de PrEP. A medida visa conter a disseminação do vírus, que tem alto potencial de transmissão por via fecal-oral, incluindo práticas sexuais como o anilingus.
A vacina contra a hepatite A é segura e eficaz:
A proteção começa a partir de 10 dias da primeira aplicação, mas só é considerada robusta após a segunda.
O tom da campanha nas redes sociais tem sido direto, sem tabu e com linguagem acessível. “A ideia é conversar com quem está na linha de frente da exposição. E fazer isso sem culpa, com cuidado e informação”, reforça Borges.
A priorização de grupos específicos em surtos não é exclusão — é equidade. “A vacina foi liberada primeiro para quem mais precisa. Não é estigmatização, é reconhecimento epidemiológico”, pontua Borges.
A atuação rápida e informada neste novo surto de hepatite A resgata aprendizados da pandemia de MPOX em 2022, quando a falta de comunicação direcionada contribuiu para o avanço da doença.
Como se proteger?
Cuidado, informação e vacina salvam vidas. E se for beijar, que seja com consciência e cartão de vacinação em dia.