Jeza da Pedra lança versão Deluxe do seu EP "Pagofunk Iluminati"

O rapper gay carioca Jeza da Pedra
O rapper gay carioca Jeza da Pedra (Foto: João Pacca/Divulgação)

Jeza da Pedra foi do primeiro rapper gay na cena do Rio para um dos nomes a se prestar atenção nos palcos nacionais. Tudo isso partiu do EP “Pagofunk Iluminati”, seu debut lançado em 2017. O álbum chamou atenção de crítica e público pelas letras provocadoras e uma mescla irresistível de funk, umbanda, afrobeat e soul.

Agora, o artista encerra esse ciclo bem sucedido divulgando uma versão de luxo do EP. O trabalho traz faixas ao vivo ao lado da banda Afrojazz; remixes; e uma canção inédita. O álbum já está disponível nas plataformas de streaming por meio do selo Sagitta Records.

Versão Deluxe

Afrontamento e resistência são palavras chaves na música de Jeza. Fruto do subúrbio carioca, ele é muitos artistas em um. Rapper, escritor e tradutor, com formação em Letras passando pela conceituada Sorbonne, em Paris, ele nasceu e foi criado no Complexo da Pedreira, em Costa Barros, zona norte do Rio.

Moldando a sua realidade com humor, crítica e coragem, Jeza traduz realidades marginalizadas em forma de celebração e dança. O título do trabalho reflete muitas dessas raízes. “O nome surgiu em parte pela minha pira por teorias iluminatti. Junto com elementos do hip hop norte-americano e de uma tentativa em emular, através do rap, um recorte estético-musical daquilo que a massa periférica consome nos dias de hoje”, conta Jeza.

Faixas

Composto de sete faixas, o EP criou clássicos instantâneos. “Abafar Loló”, um convite para a festa, ecoa “Realce”, de Gilberto Gil, e canções nacionais que dialogam abertamente sobre drogas. Na versão do EP, isso fica mais evidente ainda pelo uso de um sample de uma canção da banda Dorgas. Ao vivo, a faixa ganha contornos de R&B contemporâneo e de afrofuturismo.

A oralidade afrodiaspórica é evidenciada em “Rolè de Ogum”: uma mistura de afoxé e afrobeat com inserções poéticas em pajubá, a linguagem do povo de santo reapropriada como dialeto entre travestis e pessoas LGBTs. Mas foi com o single “Terrorista Viado” que o artista chamou a atenção do público carioca e, logo, começou a dividir palcos com nomes de peso como Rico Dalasam e Linn da Quebrada.

Jeza reinventa o “Pagofunk Iluminati” nesta nova versão de luxo. Agora o trabalho se torna um disco completo, recheado de material extra. Algumas músicas ressurgem em formato ao vivo, ao lado da banda Afrojazz. Já “Rolè de Ogum” aparece repaginada em um novo mix do produtor Ubunto, DJ que tem acompanhado Jeza nos palcos. A edição deluxe reflete um artista que, em pouco mais de um ano, se tornou um dos nomes a se prestar mais atenção no cenário de rap nacional.

Bobby Djoy assina a produção da nova versão de “Cuida Noix”, enquanto João Laion é o responsável por “Terrorista Viado”. O Afrojazz marca presença nas faixas “Pontos de Exu” e “Abafar Loló”, todas já reveladas em vídeos ao vivo. Por fim, completa essa reedição uma canção inédita: “PsiCU”, reunindo outros dos ícones da cena LGBT carioca: Mc Caten e Ventura Profana.

Trabalho consolidado


“Hoje dedico 100% do meu tempo exclusivamente para fazer arte. No modo guerrilha, é claro. O ‘Pagofunk Iluminati’ possibilitou ótimas oportunidades legitimando, ainda que de maneira muito discreta, o meu corre no meio artístico. Abriu portas para tocar em lugares bacanas, até fora do Brasil. Por outro lado, a vida à vera é à base de muita colab,  pouca e às vezes rara remuneração mas segue na fé.”

“Me sinto bastante abençoado por meu nome figurar junto ao de artistas que admiro tanto. Ter a oportunidade de trabalhar com gente talentosa como o Ubunto, o João Laion e o Bobby Djoy. Jamais imaginaria que o meu primeiro EP em menos de um ano fosse me proporcionar tanta coisa boa.”, reflete Jeza da Pedra.

Ouça “Pagofunk Iluminati” (Deluxe)”: http://bit.ly/PagofunkIluminatiDLX

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