Relatores da Organização das Nações Unidas (ONU) apontaram nesta semana que jovens lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros correm mais riscos de viver em situação de rua. Fatores que influenciam na vulnerabilidade são a rejeição familiar e a discriminação na escola.
Segundo os relatores, a população LGBT está mais presente nas ruas que a população não-LGBT. Uma vez em situação de rua, essas pessoas podem ser submetidas à outras violências e apresentam maiores chances de desenvolver problemas de saúde mental. Quase dois terços dos jovens LGBT em situação de rua já tiveram problemas de saúde mental. Quanto mais jovens e mais dependentes financeiramente da família, mais vulneráveis.
Esse vulnerabilidade está diretamente relacionada à exclusão socioeconômica desta comunidade. Por isso, o problema começa, muitas vezes, nas salas de aula. 82% das pessoas trans, por exemplo, não completam o ensino médio.
“Na escola, muitos jovens LGBT sofrem bullying, o que resulta em taxas de abandono que são mais altas do que a média e tem consequências severas, de longo prazo, para o seu projeto de vida. Os jovens LGBT têm menos probabilidade de ter níveis educacionais e habilidades para encontrar emprego e alcançar segurança econômica, o que, por outro lado, afeta a sua oportunidade de encontrar moradia adequada”, ressaltaram os relatores.
Por esses motivos, os relatores das Nações Unidas afirmam que é dever dos governantes “impedir que os jovens LGBT se tornem moradores de rua, garantir que as políticas e programas de habitação sejam inclusivos para as pessoas LGBT e abordar as necessidades dos jovens LGBT”.