La Cueva
O La Cueva, uma das boates gays mais longevas da história, existe - e resiste - há cerca de 61 anos. Inaugurada em 6 de janeiro de 1964, quatro meses antes do início da ditadura militar no país, foi oprimida durante 21 anos.
"É a mais antiga da América Latina, e a terceira do mundo", declarou o atual dono, Marco Antônio Reís, que adquiriu o local há dois anos, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
Após descer um lance de escada, o bar homônimo da boate, na parte externa, é uma das poucas mudanças que o empresário fez. O espaço, embora pequeno, acomoda 200 pessoas, com paredes onduladas, simulando uma caverna, com mesas e sofás nos cantos, um bar amplo, e sete TVs exibindo clipes.
Na pista, homens dos mais variados tipos e estilos se reúnem para dançar, beber e conversar ao som de canções antigas que remetem a juventude de muitos deles. A La Cueva rompeu barreiras, sobreviveu à ditadura, à epidemia da Aids nos anos 1980, às crises econômicas no país e recentemente aos avanços digitais.
Na ditadura, a casa teve que lidar com as constantes batidas policiais, em diversas ocasiões, e seu funcionamento foi suspenso por semanas pela opressão. Durante 59 anos, a La Cueva pertenceu ao empresário Eduardo Gonzales, um espanhol heterossexual que se apaixonou pela capital fluminense, ao desembarcar em 1947. O atual comandante do local manteve o legado deixado pelo proprietário, desde a ornamentação aos funcionários, todos eles antigos.
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