Pesquisa da UFMG e Unicamp aponta que LGBTs estão mais vulneráveis ao desemprego e à depressão por causa da pandemia de Covid-19. Os dados da pesquisa que envolveu todos os Estados do país, foram divulgados em matéria publicada pelo G1 neste domingo, dia 17 de maio, dia mundial de combate à homofobia.
Segundo a matéria, dos dez mil brasileiros entrevistados pelo coletivo “#VoteLGBT” e por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais e Unicamp, 44% das lésbicas; 34% dos gays; 47% das pessoas bissexuais e pansexuais; e 42% das transexuais temem sofrer algum problema de saúde mental durante a pandemia do novo coronavírus.
A pesquisa pretende servir de base para elaboração de políticas públicas voltadas à população LGBT. “Por causa do preconceito, do medo da violência, muitas pessoas que fazem parte da comunidade LGBT vivem em alerta, com cautela, o que já as deixam vulneráveis à depressão, à ansiedade”, alerta o pesquisador Samuel Silva, da UFMG.
Isolamento social de LGBTs
Problemas no convívio familiar foram citados como maior dificuldade durante o isolamento social por 10% dos entrevistados. Segundo a Associação Americana de Psiquiatria, pessoas LGBT tem mais que o dobro de chances de apresentarem alguma condição de saúde mental durante a vida, quando comparados ao restante da sociedade.
O recente estudo aponta, ainda, que 28% dos entrevistados já receberam diagnóstico prévio de depressão, sendo esse índice quase quatro vezes maior do registrado entre a população brasileira, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (2013).
Desemprego
O estudo revela ainda que 21,6% dos LGBTs entrevistados estão desempregados, sendo o índice total no Brasil é de 12,2%, segundo o IBGE (2018). “Esta primeira análise nos mostra que a vulnerabilidade sofrida pela população LGBT acaba ficando mais evidente durante a pandemia”, disse o pesquisador.
A pesquisa completa que mostra que LGBTs estão mais vulneráveis ao desemprego e depressão devido aos impactos sofridos no isolamento social deve ser divulgada no dia 28 de junho.