A cantora Liniker comentou sobre as suas conquistas diante da sociedade preconceituosa, em entrevista ao “Conversa com Bial”, da última segunda-feira (05), e também sobre a violência contra os LGBTs.
“Todo dia [encaro discriminação], ainda mais sendo uma mulher trans no Brasil, que mais mata gays, trans, lésbicas. Tenho um privilégio, as pessoas me conhecem, mas mesmo assim passo por uma violência gigantesca”, afirmou.
A artista confessa que muitos vão até os seus shows por causa da sua imagem andrógina porém consegue laçar o público a partir da musicalidade dela e dos Caramelows. “As pessoas vão [aos shows] pelo fato de ter uma mulher trans, querem ver quem eu sou, entender. Mas sinto que é pela música e pela qualidade do som que temos feito. Nesses três anos chegamos numa musicalidade nossa”, analisou.
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A projeção do trabalho já fez com que eles tenham se apresentado fora do Brasil. “Sou a única pessoa da minha família que conhece outro pais, que viajou de avião, que fala outra língua. Sou uma cantora que canta sobre o afeto, mas nem sempre estou vivendo os afetos que canto”, explicou.
Junto com Jaloo e a dupla Ctrl+N, Liniker ainda falou sobre a importância de se aceitar como se é. “É na base da conversa e da desconstrução, a minha demorou 18 anos para acontecer. Imagina minha avó, minhas tias, tendo de desconstruir a pessoa que elas conviveram esse tempo todo”, contou.