O médico Nasser Mohamed, de 35 anos, que vive há 11 anos nos Estados Unidos, afirmou ser o primeiro homem catari a ter se assumido gay em público. De São Francisco, na Califórnia, onde mora e trabalha, ele vem militando em seu Instagram em prol da comunidade LGBTQIAPN+, após a Copa do Mundo ser sediada em seu país natal.
Mohamed denunciou maus tratos e agressões contra homossexuais no Catar e afirmou ter medo do que pode acontecer com essas pessoas ao fim da Copa do Mundo. As denúncias que fez nesta entrevista foram mencionadas num relatório publicado pela ONG Human Rights Watch em outubro deste ano.
Segundo o portal UOL, Mohamed disse: “Meu nome é Nasser Mohamed. Eu sou o primeiro gay catari. O primeiro a assumir publicamente na história do meu país. Eu não sei o que vai acontecer comigo. Me falaram que eu deveria ter sido abortado. Agora que os olhos do mundo inteiro estão voltados para o meu país, nós temos a chance de trazer visibilidade global para minha comunidade, e ter o amor LGBTQIA+ que eles querem que a gente esconda, exibido com orgulho. Para apoiar a seleção que eles tanto amam, os “Maroons”.
Mohamed fundou a “primeira torcida LGBTQIAPN+ da seleção do Catar”, com o intuito de incentivar outros cataris a se posicionarem contra o governo local.
“Por isso que eu estou batizando a primeira torcida LGBTQIA+ da seleção do Qatar de “Pround Maroons” (“Maroons orgulhosos” na tradução para o português). A única torcida LGBTQIA+ que não pode ter torcedores do seu próprio país porque eles seriam mandados para cadeia. Vamos transformar os mais silenciados nos mais barulhentos“, completou Nasser Mohamed.