O carnavalesco Milton Cunha desabafou que sofreu muito preconceito quando mais jovem, pelo fato de ser um gay afeminado. A declaração ocorreu durante o programa Papo de Segunda (GNT) desta segunda-feira (16).
Durante o programa o comentarista, que brilhou no último Carnaval, afirmou que carrega alguns traumas da juventude e que tem dificuldades em supera-los, por sua sexualidade não ter sido aceita pelos seus pais.
“Lembro do meu pai com uma ternura enorme porque sei que ele não conseguia lidar com o que eu era, e acreditem, eu era”, disse ele, ao falar como era a relação com seu pai, um homem sem muitas referências sociais.
Quando você nasce uma ‘bichinha’, em um lugar onde você é o afeminado da parada, você olha os adultos ao redor e diz: ‘ferrou, estou sozinho e ninguém gosta de mim’. A porrada vem de todos os lados; do vizinho, na escola? é de uma solidão fantástica”, desabafou.
“Veja bem, meu pai trabalhava com lanternagem de carro em oficina, vivia cheio de graxa, gostava de jogo de futebol, amigos, aquela loucura toda. Então ele me dizia: ‘Teus olhos não me enganam’ [se referindo ao fato de ser homossexual]. E eu respondia: ‘Mas não quero te enganar'”, completou.
Milton ainda afirmou que sente dificuldade de exercer o perdão dos pais. O famoso disse que chegou a ouvir de sua mãe que estaria “perdoado por ser gay”, mas ele não aceitou.
les me ligavam para dizer ‘Eu te perdoo”, e eu respondia: ‘Não, quem não perdoa vocês sou eu. Eu não perdoo vocês”, afirmou. “A gente vai levando. É o que tem pra hoje, né, mas se eu perdoei eles? Isso é complicado”, concluiu.