REPRESENTATIVIDADE

Ministério do Turismo não cita viagens LGBTQIAPN+ em plano nacional

Documento conduzirá políticas públicas do governo federal até 2027

Turismo LGBTQIAPN+ movimenta cerca de US$ 3 bilhões anualmente - Divulgação
Turismo LGBTQIAPN+ movimenta cerca de US$ 3 bilhões anualmente - Divulgação

O Ministério do Turismo anunciou o lançamento do Plano Nacional do Turismo (PNT) 2024-2027, apresentado pelo ministro Celso Sabino durante a 8ª edição do Salão do Turismo: Conheça o Brasil em agosto no Rio de Janeiro.

O documento, que dá base para as políticas públicas nacionais por aqueles quatros anos, define as metas para o setor no país aumentando o número total de viagens realizadas, além do número de estrangeiros visitando o território nacional e a receita gerada com eles. O principal objetivo é posicionar o Brasil como “destino incomparável, seguro, inclusivo, sustentável, inovador e referência em experiências únicas e memoráveis”.

Entre as tendências observadas para os próximos anos no setor está o turismo do sono (quem viaja para dormir) e astroturismo, o feito para observar estrelas e planetas. Além deles, 17 outros tipos de turismo foram citados, no entanto, nenhum deles é feito especificamente por e para à comunidade LGBTQIAPN+.

Entretanto, outros segmentos vulneráveis, tais como negros, povos indígenas, pessoas com deficiência, mulheres, crianças e adolescentes, foram citados no Plano Nacional do Turismo.

O portal Guia Gay entrou em contato com a associação questionando a ausência de LGBTQIA+ no plano, mas o órgão preferiu não se pronunciar sobre o assunto. A falta de apreço às viagens LGBT+ pelo governo e pelas associações de turismo despreza estudos sobre a força do setor focado no segmento.

De acordo com a Associação Brasileira de Turismo LGBT (ABTLGBT), esse nicho cresce cerca de 11% ao ano, enquanto o convencional aumenta apenas 3,5%. Tais passageiros realizam pelo menos quatro viagens por ano, em média, e 45% dos gays e lésbicas viajam para o exterior todos os anos, enquanto a média nacional é de 9%.

Além disso, a Organização Mundial do Comércio (OMT) estima que a comunidade movimente anualmente cerca de US$ 3 bilhões, cerca de R$ 14.7 bilhões.