O ativista do casamento gay no Japão, Ikuo Sato, que morreu aos 61 anos no dia 18 de janeiro deste ano, foi proibido pelo hospital de se despedir do companheiro, Yoshifumi Aso, de 53 anos. De acordo com a revista Quem, a causa da morte ainda não foi divulgada, mas o óbito dele tem causado grande repercussão na imprensa japonesa e mundial esta semana, por conta da proibição de ver o parceiro.
Na rede social, o jornalista Andrew McKirdy publicou uma ao anunciar o falecimento de Sato. “Fiquei triste ao saber hoje que Ikuo Sato, um ativista do casamento entre pessoas do mesmo sexo, que entrevistei no ano passado, morreu em janeiro. E o médico não contava ao seu parceiro o que estava acontecendo porque ele não era da família. O mundo pode ser cruel“, disse ele.
Ainda segundo a publicação, Ikuo Sato vivia um relacionamento homoafetivo com Yoshifumi há muito tempo e em 2019, os dois conseguiram a emissão de uma espécie de certificado oficial de união estável. O documento, apesar de não ter validade federal, é emitido por autoridades regionais para que casais LGBTQ consigam direitos básicos, como visitas em hospitais, benefícios no trabalho, já que o casamento entre pessoas do mesmo sexo ainda é ilegal no Japão.
Para o Huffington Post Japão, o advogado do casal, Yasushi Nagano contou como o hospital agiu com os pedidos de visita. “O médico se recusou a explicar qual era o problema de saúde do Sr. Sato, dizendo que ele precisava ser um parente para ter informações”.
Ikuo Sato, que era visto como uma celebridade no Japão, era HIV+ e desmaiou na casa que dividia com Yoshifumi no dia 4 de janeiro. Ele foi levado para um hospital especializado em pacientes soropositivos. O caso acabou indo para a Justiça e segue em análise mesmo após a morte de Sato.