Em menos de duas semanas um museu de história LGBTQIAPN+, que tinha como intuito protestar contra a nova lei russa que proíbe “propaganda LGBT”, abriu e fechou as portas na Rússia. O fundador do espaço, Pyotr Voskresensky, passou anos de sua vida reunindo peças de arte e livros feitos na Rússia relacionado à subcultura LGBT do país. Segundo o portal Queer, o espaço foi montado na sua própria casa, a exposição pop-up em São Petersburgo no dia 27 de novembro, contra a nova lei anti-LGBT da Rússia.
No começo do mês de dezembro o presidente Vladimir Putin assinou a medida legislativa que tornou ilegal exaltar relacionamentos que não sejam heterossexuais ou sugerir que identidades e sexualidades que fogem da cis-heternomatividade são “normais”. A lei também vincula ser LGBT e procedimentos de redesignação sexual, buscados principalmente por pessoas trans, à pedofilia, colocando-os no mesmo patamar, de acordo com a Human Rights Watch (organização internacional não-governamental que defende e realiza pesquisas sobre os direitos humanos).
E quem violar a lei estará sujeito a multas. A exposição de Voskresensky começou quando a medida estava sendo votada no parlamento russo. Após Putin assinar, Pyotr relatou à agência de notícias Reuters que havia fechado o museu.
“Fechar o museu é uma tragédia pessoal, mas não só isso: esta é uma tragédia do meu povo e da minha pátria”, disse o médico e ativista. O Moscow Times informou que a localização do museu não foi levada à público por questões de segurança, e os visitantes tinham que entrar em contato com Voskresensky por mensagem no Facebook para conseguir acesso.
Segundo o portal Queer, ainda à Reuters, o ativista relatou que cerca de 200 pessoas visitaram o museu quando ele ainda estava aberto. A coleção incluía um retrato do compositor russo Pyotr Tchaikovsky, que os historiadores geralmente consideram que era gay, bem como uma estátua de dois amantes que supostamente assassinaram um governante opressor.