Abriu o coração

Panayotis Pascot lança livro no Brasil e reflete sobre sexualidade: "Espero que um dia ninguém mais precise se assumir"

O humorista francês desembarcou no Brasil para o lançamento da versão em português do seu livro

Panayotis Pascot
Panayotis Pascot | Reprodução/Instagram

Panayotis Pascot, ator e autor responsável pela apresentação de quadros humorísticos de sucesso na TV na França, desembarcou no Brasil, para o lançamento da edição brasileira do livro Da Próxima Vez Que Você Cair do Cavalo, que já vendeu mais de 350 mil exemplares nas terras francesas.

Em entrevista ao jornal O Globo, o artista, de 26 anos, detalhou como foi o processo de transição do stand-up para a literatura. “No stand-up, há poucas etapas entre a ideia e o momento em que ela chega ao público. Mas há a obrigação de fazer rir. Se a plateia não ri, estou fazendo algo errado. Escrever foi como conquistar um novo território, explorá-lo com calma, até conseguir habitá-lo”, disse.

“O vínculo que um escritor estabelece com o público é muito íntimo. É como se quem me lê passasse três semanas comigo, no metrô, no sofá, na cama. Eu mesmo, quando leio um livro, tenho a sensação de ser melhor amigo do autor. A gente realmente entra dentro de alguém quando lê um livro”, explicou Panayotis. O autor, inclusive, também justificou suas reflexões em torno da sexualidade, como parte, também, das suas vivências.

“Cresci numa família que aparentemente não tinha nenhum problema com a homossexualidade. Ainda assim, fui educado como heterossexual. (…) A sexualidade para mim é um campo de investigação. O que me ajudou foi confiar no meu coração. Se um jovem está confuso sexualmente, dizemos para ele pensar em termos de desejo, atração sexual. Para mim, foi mais simples perguntar o que meu coração buscava do que entender o meu desejo. Foi assim que eu concluí a investigação”, afirmou Pascot.

“Espero que um dia ninguém mais precise se assumir gay porque a sociedade não vai mais supor que a orientação sexual é centro da identidade de alguém. Embora para mim talvez ainda seja, eu precisei falar disso no livro. Quando não precisarmos mais definir o que é ser homem, o problema da masculinidade estará resolvido. Afinal, há tantas definições de homem quanto há homens no mundo”, pontuou Panayotis.

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