A APAV (Associção Portuguesa de Apoio à Vítima) registou 65 vítimas de violência doméstica nas relações homossexuais no período de 1 ano.
Segundo os dados do relatório, por mês, três mulheres são agredidas pelas suas companheiras, chegando a soma de 43 vítimas no ano passado.
Dos 65 casos de violência doméstica nas relações homossexuais, dois terços das vítimas foram mulheres, segundo os dados do relatório anual da APAV referentes a 2016.
A média de idade das vítimas é de 43,6 anos e uma boa parte tem estudos superiores
Um dos casos que chegou à APAV ilustra bem a “dupla estigmatização” que estas mulheres sofrem, nas palavras de Daniel Cotrim, psicólogo e assessor técnico da direção da APAV. Uma mulher apresentou-se nas urgências de um hospital de Lisboa acompanhada de outra mulher. Tinha sido agredida e violada. O caso foi registado como vítima de violação por um homem desconhecido. Mas, na realidade, a violadora era a mulher que estava ao seu lado, a sua companheira há mais de seis anos, que insistiu em levá-la ao hospital depois de a agredir sexualmente. No hospital passou facilmente por sua “amiga”.
“Nas dinâmicas LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgéneros], a dupla estigmatização significa ser-se vítima de um crime e ainda ter receio de se ser rotulado de lésbica ou homossexual, ou seja o que for”.
No Brasil há um número específico para receber esse tipo de denúncia, 180, a Central de Atendimento à Mulher. O serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano e a ligação é gratuita