HOMOFOBIA

Pesquisa revela que mais de 75% dos estudantes já ouviram linguagem LGBTfóbica nas escolas

Estudo aponta normalização de discursos de ódio entre crianças e adolescentes, com crescimento preocupante de reproduções de homofobia em ambientes online

Divulgação
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Uma nova pesquisa realizada pela instituição de caridade para jovens LGBTQIAPN+, Just Like Us, em parceria com a VotesforSchools, expôs um cenário preocupante nas escolas do Reino Unido. Mais de três quartos das crianças do ensino fundamental já ouviram linguagens LGBTfóbicas dentro da escola.

O estudo, que entrevistou mais de 31 mil estudantes, incluindo 4.307 crianças entre nove e 11 anos de idade, mostra que 78% dos alunos nessa faixa etária relataram ter ouvido discursos homofóbicos. O cenário se agrava quando se considera os adolescentes de 11 a 18 anos, onde o número chega a impressionantes 80%.

A diretora-executiva da Just Like Us, Laura Mackay, expressou preocupação com a normalização da LGBTfobia recreativa, especialmente em plataformas online como o TikTok. “Estamos vendo um aumento nos jogos voltados para crianças no TikTok, onde ‘gay’ está sendo usado como um insulto depreciativo”, disse ela em entrevista ao portal Pink News.

Na sequência, ela reforçou que esse tipo de linguagem não deve ser minimizada como uma “brincadeira”, uma vez que pode impactar severamente a autoestima e o bem-estar emocional de jovens LGBTQIA+.

“A linguagem homofóbica nunca deve ser descartada como ‘apenas uma piada’, pois sabemos que ela tem consequências na vida real, impactando a autoestima e os sentimentos de vergonha entre jovens LGBT+ e aqueles de famílias do mesmo sexo”, destacou.

Especialistas apontam que o crescimento da retórica LGBTfóbica na mídia britânica pode estar contribuindo para este cenário nas salas de aula. Relatos de educadores indicam que criadores de conteúdo de ultradireita estão influenciando crianças, promovendo práticas misóginas e transfóbicas em salas de aula.

Esses dados alarmantes destacam a necessidade de uma abordagem mais eficaz para combater a LGBTfobia nos colégios e promover uma cultura de respeito e inclusão para todos os estudantes, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.

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