A Polícia Civil prendeu um homem suspeito de participar do assassinato de uma travesti no Largo do Arouche, em São Paulo, na madrugada do último dia 16, e descartou a possibilidade do crime ter sido motivado por ideais políticos, hipótese levantada por uma das testemunhas que contou ter ouvido gritos de “Bolsonaro 2018! Ele sim”, durante a agressão.
A investigação concluiu que o homicídio foi causado após uma discussão envolvendo bebida alcoólica e uma briga de bar que culminaram no esfaqueamento da vítima. O homem acusado de ser o autor do crime e atende pelo apelido de Dinho.
O delegado Roberto Krasovic, titular do 3º Distrito Policial (DP), de Santa Ifigênia afirmou que apenas uma das testemunhas ouvidas reafirmaram ter ouvido gritos em referência ao presidente eleito.
Esta mesma pessoa que diz ter ouvido os gritos, não viu o momento da facada por estar no 13° andar do prédio. Outros que teriam presenciado o crime alegaram não ter percebido nenhum ato de homofobia ou menção a Bolsonaro.
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Ainda segundo Krasovic, as testemunhas alegam que a briga começou após desentendimentos por causa de piadas a respeito de quem é do estado de Goiás. “O homem seria preconceituoso com quem vem de Goiás e a travesti não gostou e foi tirar satisfações com ele. Tanto o agressor quanto a vítima estavam em grupos separados, bebendo num bar. Em seguida discutiram”, explicou o policial ao G1.
“Aí o sujeito foi para a pensão onde mora com outra travesti, pegou uma faca e voltou ao bar, onde voltou a discutir com a vítima e a esfaqueou três vezes”, completou. Câmeras de segurança instaladas no local, foram analisadas, mas as mesmas não captaram o momento das facadas.
Após o ataque, a travesti se arrastou por alguns metros para tentar pedir ajuda. O segurança de um hotel próximo do ocorrido disse que chamou a polícia depois do pedido de socorro. A vítima foi esfaqueada por volta de 5h da manhã e levada para a Santa Casa, mas não resistiu ao ferimento que gerou uma grande hemorragia, morrendo a caminho do hospital.