Emerson Ferretti, presidente do Esporte Clube Bahia, abriu o jogo sobre sua sexualidade. Ele, que se tornou o primeiro dirigente do futebol a se assumir gay em 2022, comentou os desafios que vivencia desde que tornou público.

Em entrevista à revista GQ Brasil, ele refletiu acerca do ato corajoso de ser quem é. “45 anos no futebol se protegendo, 45 anos com medo, sob tensão", disse ele. "Naquela época ser gay era considerado doença pela Organização Mundial de Saúde. Os gays eram realmente discriminados, tratados como cidadãos de segunda categoria. Eu aprendi muito rápido isso”, explicou.

Ferretti, que é ex-goleiro, contou ter tido sua introdução sexual com mulheres, mas desde que entrou no futebol pelo Grêmio, aos 8 anos, tinha alguma ideia de sua verdadeira orientação, mas enfrentou empecilhos neste processo de descoberta.

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“Entendi minha sexualidade sem poder conversar com ninguém, com medo de que se eu conversasse com alguém seria descoberto e se fosse descoberto minha carreira acabaria. Minha família me rejeitaria, as pessoas me rejeitariam, o futebol me rejeitaria”, declarou o presidente do Bahia. Sincero, ele reconheceu a importância de tornar sua sexualidade pública no meio futebolístico.

“Achei que o mundo ia ser hostil, como sempre aprendi que seria, mas por incrível que pareça a reação foi muito positiva, muita gente parabenizando pela coragem e se solidarizando. Acabou também não trazendo os problemas profissionais que eu imaginei que teria", disse.