Priscilla Tomaz, estudante de moda, de 18 anos, é a primeira jovens trans a ser abrigada na Casa de Acolhimento LGBT de Belo Horizonte, ela relatou que “chegou um momento em que eu tive que vir pra cá porque eu não me dava bem com a minha família“. A casa foi inaugurada na segunda-feira (12), exatamente no dia em que a capital estava completando 125 anos.
Segundo o portal TEMPO, Priscilla falou que “é um lugar apenas para LGBTs, ou seja, teremos um atendimento especializado. É diferente de outros abrigos convencionais, em que a gente tinha que explicar como as coisas deveriam acontecer”. Isso foi um recurso muito importante que poderá auxiliar muitas pessoas em situações vulneráveis.
A jovem que passou um ano de acompanhamento no Centro de Referência LGBT, chegou na nova casa, onde poderá ficar por um período de seis meses na última quarta-feira (7). Priscila foi vítima inúmeras vezes por LGBTfobia, principalmente onde cresceu, sem o apoio de sua família. “ Tudo isso começou com a minha transição, a minha mãe não queria aceitar. Ela não me chamava pelo meu nome social. A nossa relaçao era muito conturbada”, detalhou.
A rotina da jovem antes de chegar ao espaço de acolhimento era entre a casa do pai e da mãe que são separados. Ela tem um irmão, mas não possui contato com o mesmo. Esses conflitos vividos em seu ambiente familiar a fez deixar ainda aos 17 anos o seu lar pela primeira vez. “Eu fui para o Conselho Tutelar e de lá me encaminharam para um abrigo feminino. Fiquei lá por uns cinco meses em processo de reconstrução familiar. E quando eu voltei para a casa da minha mãe, não deu certo. A relação se esfriou novamente”, afirmou a estudante.
Priscilla além de ter o acompanhamento psicológico, está fazendo um curso profissionalizante de moda, que é remunerado e abastece o sonho dela, que já pensa em seu futuro após finalizar a qualificação e ter seu próprio negócio. “Quero começar a fazer roupas, criar a minha marca e vender”, revela a jovem.