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Professor ensina gramática com analogias à comunidade LGBTQIAPN+: "Crase é lésbica e monogâmica"

Em brincadeira no TikTok, Maurício da Silva usa piada para ensinar que não há crase antes de palavras femininas, por exemplo. Mas, atenção: há casos pontuais, onde a crase é utilizada em palvras masculinas, e se torna bissexual.

Maurício da Silva ensina gramática nas redes sociais com analogias à comunidade LGBTQIAPN+ - Reprodução/TikTok/Montagem
Maurício da Silva ensina gramática nas redes sociais com analogias à comunidade LGBTQIAPN+ - Reprodução/TikTok/Montagem

O professor Maurício da Silva, da Universidade Federal Fluminense (UFF), se viu na rede social TikTok uma oportunidade grande de expandir os seus conhecimentos sobre a língua portuguesa. Inclusive, utiliza de analogias à comunidade LGBTQIAPN+ em seu ensinamentos.

“A crase só gosta de menina, e de uma menina de cada vez. É lésbica e monogâmica”, disse ele, em um vídeo bem-humorado que viralizou na plataforma de vídeos. O educador menciona a brincadeira para ajudar os internautas a entender quando devemos usar o acento grave em textos escritos.

Vale destacar, que a dica que Maurício dá pode ajudar bastante em casos gerais, mas não serve para todas as situações. A monogamia, especialmente, vira um “relacionamento aberto” em exceções da língua portuguesa.

A crase é a junção da preposição “a” (como em “vou a algum lugar”) e do artigo “a” (“a praia é bonita”). Quando essa dupla se aproxima, forma o famoso “à”. O fenômeno da crase é indicado ortograficamente através do uso do acento grave. Exemplo: “Vou à (a + a) praia bonita que você me recomendou outro dia”.

Mas, afinal, ela é “lésbica e monogâmica”? O acento grave só pode ser usado, em geral, antes de palavras femininas (já que, antes das masculinas, o artigo “a” não existe). A duplinha “a + a” fica sem uma de suas integrantes, e a crase deixa de ser usada. Exemplo: Eu vou à praia (praia é feminino, tem crase). E vou ao hotel em seguida (hotel é masculino, não tem crase). Por isso que o professor brinca que a crase é lésbica: “ela só gosta de meninas”.

No entanto, em alguns casos pontuais, a crase dá uma olhadinha para os meninos, e se torna
bissexual. Exemplo: “Ele está com um tanquinho à Cauã Reymond.” A crase é usada porque um termo no feminino (“à moda de”) está implícito. Seria um “Ele está com um tanquinho (à moda de) Cauã Reymond”.

Já sobre a “monogamia”, também há exceções. Se, em vez de usarmos “à”, escolhermos “às”, vai haver crase antes de plural, sim. Exemplo: “Vou às aulas de matemática amanhã.” “Abri uma exceção às regras combinadas no início do ano”.

Além disso, em locuções formadas por substantivos femininos no plural, também haverá o uso da crase. Exemplos: “Às vezes, gosto de comer um aperitivo.” “Ela o traiu às claras!”.

Outra analogia ensinada por Maurício da Silva em outros vídeos que também viralizaram na internet é que o hífen é homofóbico pois “separa iguais”.

Confira, abaixo, os vídeos:

@maumau0333

a crase é lésbica monogâmica

♬ som original – Maurício da Silva