Indígena, periférica, bissexual e rapper. É reunindo todos esses rótulos tidos como minorias sociais, que a artista Katu Mirim, 32 anos, tem despontado na cena do rap nacional.
Katu, que também é criadora da pagina do Facebook ‘Visibilidade Indígena’, afirma que o brasileiro desconhece a cultura indígena e que ainda enxerga seu povo com o olhar de 1500.
“A sociedade desconhece o indígena, ainda mais o indígena urbano. O ‘índio pelado que mora na mata’ é o estereótipo que há anos vem sendo fomentado. Descoloniza esse pensamento”, disse a rapper em entrevista ao site Universa.
Em outro momento, a rapper contou um pouco sobre a dificuldade por ser uma artista LGBT e indígena no Brasil. “As pessoas já estranham ter uma indígena no meio periférico, ainda mais se ela é LGBT. Indígenas homossexuais existem e sempre existiram. Minha orientação sexual deve ser respeitada e eu luto por esse respeito. Quando estou na aldeia, as pessoas respeitam minha orientação sexual. É o não-indígena que mais me julga e me desrespeita”, disse a rapper, que é mãe de uma menina de 8 anos.
Em sua música ‘Vestido de Hipocrisia’, a artista faz criticas às pessoas que se fantasiam de indígenas no carnaval e tratam a cultura como algo folclórico: “Cheguei pra tentar abrir a sua mente. Você diz que é homenagem, mas você sabe que mente. Sem respeito e empatia, bem inconsequente”, diz a cantora em um trecho.