Taiwan sediou várias paradas do Orgulho LGBTQIA+ neste domingo (28) presencialmente, ao contrário do resto do mundo que teve suas paradas apenas virtuais, devido à pandemia de coronavírus.
“Como o resto do mundo não pode marchar hoje, esta é a nossa oportunidade de marchar pelo resto do mundo”, disse Cookie Drag, uma drag francesa que vive há seis anos em Taiwan, em entrevista à agência AFP. “Estou aqui para caminhar pela França”, acrescentou ela.
Centenas de pessoas cobertas com máscaras do arco-íris desfilaram na Praça da Liberdade, em Taipei, ao som de música eletrônica e os manifestantes levavam mensagens com os nomes das principais cidades do mundo onde homossexuais e transgêneros teriam desfilado neste domingo (28), se não tivessem sido impedidos pelo novo coronavírus.
Segundo o portal rfi, a Parada de Taiwan geralmente acontece no segundo semestre, mas este ano a comunidade LGTBQ+ decidiu desfilar neste domingo, uma vez que muitas outras marchas não puderam ocorrer pelo planeta.
“Ficamos comovidos ao saber que mais de 475 Paradas do Orgulho foram canceladas em todo o mundo”, disse Darien Chen, organizador da marcha em Taiwan. “É uma honra e uma responsabilidade que Taiwan comemore esta importante ocasião”, acrescentou.
2020 é o ano do 50º aniversário da primeira marcha do Orgulho que aconteceu em Nova York, em 1970, um ano após o conflito de Stonewall, uma série de manifestações espontâneas após uma batida policial, em 28 de junho de 1969 em um bar gay.
Taiwan tornou-se nos últimos anos um país com uma política particularmente progressista no campo das diferenças sexuais e acaba de nomear sua primeira ministra do governo transgênero. A ilha foi um dos primeiros lugares afetados pelo vírus depois da China, mas só desenvolveu 440 casos e sete mortes, e não possui novos casos locais há dois meses.