Anitta voltou a comentar sobre a sua bissexualidade em entrevista ao site espanhol Shangay. Segundo a cantora, a sua família sabe que ela se relaciona tanto com meninos quanto com meninas desde a adolescência. Ela, que está na Espanha para divulgar o álbum Kisses, ainda confessou que costumava roubar as pretendentes do irmão.
“Meus pais sabem disso (da bissexualidade desde que eu tinha treze ou quatorze anos de idade, e meu irmão, e todos vivem quietos, normalmente. Tive muita sorte com minha família. Não é que minha mãe ame esse fato, mas ela sempre me amou como eu sou, e ela me respeita. Meu irmão não se dava tão bem na adolescência, porque, às vezes, roubava suas pretendentes (risos)”, revelou.
A Poderosa ainda comentou sobre a decisão de revelar ao público a cerca da sua sexualidade. “Bissexualidade tem sido uma realidade para mim há muito tempo, mais de dez anos. Escolhi o jeito certo de compartilhá-lo, porque não queria contar diretamente para a imprensa. Porque eles poderiam ter usado como eles queriam. A mídia está sempre procurando cliques e polêmicas, talvez eles a tivessem tratado de uma maneira que não fosse respeitosa. Eu queria contar isso com absoluta normalidade, porque é algo que qualquer um pode experimentar, e eu esperei pelo momento perfeito para fazê-lo. Agora estou em um lugar onde muitas pessoas me ouvem, e eu também queria aproveitar isso, para poder fazer a diferença”.
Apesar de ser bem resolvida, a artista disse nunca ter engatado um namoro com uma mulher. “É verdade que nunca tive um relacionamento duradouro com uma mulher … ou não me lembro. Vamos ver se agora alguém ofendido aparece dizendo que eu esqueci dela! (risos) Aqui eu não me importo de tratar essa questão (minha bissexualidade) porque esse é o meio que é, mas é algo que eu nunca usei para promover meu trabalho. Eu só quero que as pessoas vejam que é normal; sei que há pessoas que não têm coragem de dizer isso, mas não as julgo. Eu entendo que é difícil enfrentar”.
A intérprete do álbum Kisses ainda comentou sobre a realidade da política no Brasil, e criticou o presidente Jair Bolsonaro. “Também faço por isso. Não é algo que está acontecendo sozinho no Brasil, olha o que está acontecendo em Brunei, onde você pode matar pessoas LGBT com pedras. Que triste! É por isso que é tão importante enviar mensagens de amor. Meus amigos gays no Brasil têm medo do que pode acontecer, mas sabemos que somos muito fortes. As pessoas que votaram no presidente [Bolsonaro] pensaram nas mudanças que isso poderia causar na economia, na educação e na luta contra a violência, e eu tenho que respeitar isso. O problema surge quando vemos que temos um presidente com preconceitos. E também estou muito preocupado com o meio ambiente, que as florestas amazônicas não são atendidas. Temos que cuidar do nosso mundo, ser gay, rico, pobre, religioso ou não…”, disse.