EDUCAÇÃO

UnB aprova cotas para trans, travestis e pessoas não-binárias em cursos de graduação

Medida começa a valer já em 2025 para 2% das vagas de todas modalidades de entrada na instituição

UnB aprova cotas para pessoas trans - Divulgação
UnB aprova cotas para pessoas trans - Divulgação

A Universidade de Brasília (UnB) aprovou, no último dia 17, a criação de cotas para pessoas trans nos mais de 130 cursos de graduação da instituição de ensino. Essa cota começa a valer já em 2025.

A medida, aprovada por unanimidade pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da universidade, destina 2% das vagas para pessoas autodeclaradas trans, o que abrange travestis, mulheres trans, homens trans, transmasculinos e pessoas não-binárias, em todas as modalidades de seleção para ingresso na instituição.

“Este é um momento histórico para a nossa universidade e para o Distrito Federal. A UnB, na sua tradição, tendo sido pioneira na aprovação das cotas para pessoas negras, ainda em 2003 e, depois, na aprovação das cotas étnico-raciais na pós-graduação, em 2020, agora avança com as cotas trans na graduação”, celebrou o vice-reitor Enrique Huelva, que presidiu a reunião de aprovação da nova resolução.

A expectativa é que as cotas entrem em vigor no vestibular de agosto de 2025, para ingresso no primeiro semestre de 2026. Outras modalidades de ingresso, como o edital específico da UnB para quem presta o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), também devem contemplar as cotas trans.

Presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, Bruna Benevides comemorou a decisão e destacou a importância da medida. “As cotas são uma resposta para que violência e violação de direitos humanos não sejam aceitas. A possibilidade de pessoas trans se qualificarem como profissionais de nível superior também proporciona uma maior entrada no mercado formal de trabalho”, afirmou.

Além da UnB, outras universidades federais já adotam a cota trans: Universidade Federal do ABC (UFABC), a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), sendo vista como uma reparação histórica frente à exclusão e violência enfrentadas pela população trans.

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