Interferindo mais uma vez na sociedade, o Vaticano enviou uma nota diplomática ao governo italiano solicitando que o projeto anti-homofobia não fosse aprovado. O objetivo da Igreja Católica é impedir que a tal lei possa infringir a ‘liberdade de expressão’ da doutrinação das igrejas contra a homossexualidade.
De acordo com jornal The Guardian, o arcebispo britânico Paul Richard Gallagher, secretário de relações com os Estados do Vaticano, entregou uma carta ao governo da Itália afirmando que partes da nova legislação violam um tratado de garantia de liberdades e direitos feito entre a Itália e a Igreja Católica na década de 1920. O Vaticano argumenta que a lei anti-LGBTfobia pode ameaçar a ‘liberdade de pensamentos’ dos católicos.
“É a primeira vez que a Igreja faz algo assim. Eles estão preocupados em serem multados por discurso de ódio”, escreveu Robert Mickens, editor da edição em inglês do jornal católico La Croix, em Roma. O projeto de lei anti-homofobia é de autoria do deputado Alessandro Zan, e visa incluir a homofobia e a transfobia nos itens do Código Penal que punem atos de violência e discriminação por motivos raciais, étnicos ou religiosos.
Com a pressão da Igreja Católica para que o projeto não fosse aprovado, uma emenda foi introduzida isentando de punição as opiniões que não sejam instigações explícitas à violência.