O vídeo de um jovem sendo agredido por dois homens pode servir para identificar três suspeitos de praticarem homofobia, em Goiânia. Caso sejam identificados, este pode ser o primeiro caso de LGBTfobia a ser enquadrado no crime de racismo no Brasil.
O caso em questão aconteceu no dia 6 de julho, no Bueno, bairro de classe média alta de Goiânia. No entanto as imagens apenas foram divulgadas nesta semana pela Polícia da região.
Em depoimento à polícia, Antônio de Oliveira Filho, de 24 anos, afirmou que estava indo em direção ao comércio de sua família por volta de umas 7h, quando foi surpreendido por três homens que iniciaram diversos insultos. O rapaz tentou fugir, mas foi alcançado por dois deles, que chegou a acertar um murro em seu rosto.
“Xingaram ele de viado e falaram que tinha que morrer . Eles ainda tacaram um copo de vidro, mas ainda bem que erraram”, relatou a irmã de Antônio, Kássia Poliana Rodrigues, de 33 anos, ao jornal O Dia. Ainda segundo Kássia, o jovem não consegue mais passar pelo percurso.
Conforme o delegado titular do 4° Distrito Policial, Carlos Caetano Júnior, que está acompanhando o caso, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de equiparar o crime de LGBTfobia ao de racismo foi muito importante para facilitar o indiciamento de casos do tipo.
“Se não fosse o STF, não conseguiríamos combater este tipo de agressor. Antes a gente nem se empenhava para identificar justamente porque não existia punição”, lembra. E completou: “A Polícia Civil ganhou uma nova ferramenta, uma força para combater esse crime horroroso. Em 2019, conviver com essa bizarrice medieval é inadmissível“.
A pena prevista para casos de LGBTfobia é de 1 a 3 anos. Em casos mais graves, a penalidade pode ser de 5 anos.