Uma professora transexual foi eleita diretora de uma escola de Santa Catariana, após ser vítima de transfobia e uma campanha difamatória feita pela mãe de um aluno.
Com 297 dos 433 votos válidos, a professora Lodemar Luciano Schmitt foi eleita na última sexta-feira (22) diretora da Escola Professora Dolores L. S. Krauss, situada no município de Gaspar.
Unica candidata para a vaga de diretora, Lodemar se viu no meio de uma grande campanha de boicote simplesmente por ser LGBT. Através de áudios que circulavam pelo aplicativo Whatsapp, ela descobriu o que alguns pais falavam sobre ela.
“Uma pessoa me criticou sem me conhecer, só pela aparência física, por eu ser mais parecida com uma mulher. Mas por outro lado me fortaleceu. Recebi ligações de apoio de alunos, ex-alunos, pais e professores de outras escolas. A repercussão me pegou de surpresa. Eu jamais imaginaria que isso aconteceria”, disse ela ao NSC.
Ainda segundo a professora, que trabalha a mais de 26 anos na área, a mãe do aluno acabou pedindo desculpas e fazendo um texto de retratação em uma rede social, mas que mesmo assim ela irá mover uma ação.
“Ela achou que publicando aquele texto, nós não levaríamos o processo adiante. Eu estou com 45 anos, já tive esse tipo de preconceito, mas agora resolvi dar um basta nisso. É uma forma de mostrar para essa senhora e também para outras pessoas que hoje, graças a Deus, preconceitos como racismo e homofobia são considerados crimes”, afirmou.
Vale destacar que desde julho deste ano que a LGBTfobia foi considerada crime pelo Superior Tribunal Federal (STF). A partir de agora, o discurso de ódio voltado à comunidade pode ser visto como crime de racismo. A pena pode chegar até três anos de prisão.