Youtuber dá dicas de como falar de homofobia com seus filhos

Thiago Queiroz
Thiago Queiroz (Foto divulgação)

Pensando em como pais podem ajudar na luta contra a homofobia através da parentalidade, Thiago Queiroz, pai de 3 filhos, criador do canal ‘Paizinho Virgula!‘, o youtuber dá dicas de como os pais devem abordar o assunto com seus filhos.

Sendo hoje um dos caras mais atuantes nas redes sociais quando o assunto é paternidade, Thiago fala que é essencial que os próprios pais desconstruam todas as coisas que aprenderam desde a infância e que são extremamente preconceituosas:

“Eu era um cara completamente diferente do que sou hoje. Tinha pensamentos bastante machistas e homofóbicos inclusive, mas me abri para a sensibilidade. Quando meu filho nasceu (…) senti a ficha caindo. Não fazia o menor sentido querer seguir os mesmos padrões que tinha na cabeça”.

1 Lutar contra a homofobia dentro de nós

Primeira coisa que temos que fazer é nós mesmos lutarmos contra a homofobia dentro de nós, desconstruir todas as coisas que a gente aprendeu e que são extremamente homofóbicas desde a nossa infância e entender que é normal você amar qualquer pessoa e fazer o que você quiser com a sua vida.

Seguir canais que falam sobre o assunto pode ser uma forma de buscar conhecimento. Indico “Muro Pequeno”, do Murilo Araújo, o “Canal das Bee”, “Lorelay Fox”, uma dragqueen que fala muito sobre ativismo LGBT e o “Tempero Drag”, da dragqueen Rita Von Hunty. Precisamos nos informar, ouvir as pessoas, e diminuir bastante a homofobia que existe na gente.

2 Mostre aos seus filhos que existem múltiplas formas de família

A grande preocupação na hora de dialogar com os filhos precisa ser em não passarmos para eles os nossos preconceitos, por isso a importância do primeiro passo que é esta desconstrução de nós mesmos.

A melhor forma de você conversar com seus filhos, é você mostrar para eles que existem múltiplas formas de família, que existem famílias que são só dois pais e uma criança, outra que é um pai e uma criança, que são uma mãe e uma criança, são duas mães e uma criança.

3 Se for questionado sobre relação LGBT, responda devolvendo a pergunta

Sempre que seus filhos perguntarem algo a respeito de relacionamentos amorosos LGBTs, como por exemplo: ‘por que aqueles dois meninos estão se beijando?‘, ao invés de você depositar todo o seu conhecimento na resposta, pergunte de volta: ‘O que você acha que pode ser, filho?’. Deixe a criança explicar o que é o amor, normalmente elas explicam de uma forma muito mais poderosa do que nós mesmos adultos.

4 Conviva com pessoas LGBT

Se você não tem pessoas próximas a você, amigos, outros pais que também são LGBT, então é provável que o seu ciclo seja bastante preconceituoso. Se abra para essas novas experiências, é importante.

Os meus filhos têm amiguinhos que são filhos de dois pais, que são filhos de duas mães e é ideal que eles desde de criança estejam convivendo com essas diferentes formas de família. Assim, conseguirão naturalizar isso tudo e entender que qualquer forma de amor é possível.

5 Se a criança demonstrar estranheza ao ver pessoas LGBTS juntas, não repreenda

A criança é pura naquilo que ela está aprendendo e está olhando, portanto ela vai espelhar o que está vendo sem filtros, e é importante a gente acolher aquilo que a criança está falando e redirecionar de uma forma empática. Então se seu filho fala: ‘Olha, o que é isso, são dois meninos, não podem ficar dois meninos juntos’, você pode dizer: “Filho, você acha que não pode, mas por quê?”.

Ao invés de se exacerbar como “meu filho está sendo homofóbico“, tenha calma, vamos tentar entender que as crianças pequenas refletem as coisas do mundo sem filtro, então dialogue no caminho como ‘Meu filho, por que você pensa isso?‘. Então a criança vai te explicar e você pode construir uma nova narrativa.

De acordo com dados da última edição do estudo “Homofobia Patrocinada pelo Estado”, divulgado em 2019 pela ILGA (Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais), maior organização mundial em defesa dos direitos LGBTI+, em todo o mundo, 70 países ainda tratam relações homossexuais como crime.

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